Uma sensação de desolação e tristeza tomou conta de boa parte de Belo Horizonte no final da tarde desta quarta-feira, depois que o Atlético-MG foi derrotado pelo Raja Casabalanca na semifinal do Mundial de Clubes da Fifa, no Marrocos. O oposto do clima de euforia que havia tomado as ruas da capital mineira desde cedo, pela expectativa da inédita estreia do time na competição.
Quando a partida teve início, parecia feriado na cidade, com pouco movimento até em áreas predominantemente comerciais, como a região da Savassi. Muita gente mesmo apenas nos bares e restaurantes, que aproveitaram para lucrar tomados por uma multidão vestida de preto e branco. "Negociei a folga com meu chefe. Não tive dinheiro para ir para o Marrocos, mas não teria condição de ficar trabalhando enquanto estivesse rolando o jogo", salientou o comerciante Renato Andrade, de 25 anos, pouco após a bolar começar a rolar.
Mas a apreensão tomou conta de Andrade e de parte da torcida alvinegra ainda no primeiro tempo, diante da dificuldade "inesperada" que a equipe mineira encontrou diante dos africanos. Mas a esperança ainda era o principal sentimento e a vibração tomava conta da multidão nos vários bares da Savassi a cada lance de maior perigo.
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Nem após o primeiro gol do Raja Casablanca os atleticanos desanimaram. Pelo contrário, mesmo à distância os torcedores em Belo Horizonte berravam diante de telões, como se os gritos de incentivo atravessassem o Atlântico e chegassem aos ouvidos da equipe. "Eu sabia!", explodiu o estudante Flávio Moreira Silva, de 23 anos, após o gol de falta de Ronaldinho Gaúcho.
Mas a situação começou a mudar quando o árbitro marcou pênalti contra o Atlético. A partir daí, o silêncio só foi quebrado quando o time mineiro se aproximava novamente da meta adversária. Mas as esperanças alvinegras morreram de vez quando, em um contra-ataque, os marroquinos marcaram o terceiro e sacramentaram o resultado. "(O sonho) durou tão pouco", lamentou a professora Fernanda Brandão.