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Silêncio de Hamilton após vice na F1 levanta especulações sobre aposentadoria

20 dez 2021 às 14:11

Os dias posteriores ao final da temporada da Fórmula 1 ficaram marcados por especulações sobre o futuro do inglês Lewis Hamilton, da Mercedes. Desta vez, após a perda do título para Max Verstappen depois de quatro conquistas consecutivas, os boatos esquentaram na mídia internacional.


Hamilton, 36, entra nesta segunda-feira (20) na sua segunda semana de total silêncio. Nas redes sociais, em que costuma ser tão ativo, ele escreveu uma postagem antes do Grande Prêmio de Abu Dhabi, ansioso pela chance do oitavo título. Na vida real, deu sua entrevista protocolar após a corrida e nenhuma outra declaração pública depois disso.


Neste meio tempo recebeu até o título de cavaleiro da Ordem do Império Britânico pelas mãos do Príncipe Charles no Castelo de Windsor, com uma discrição que deu vazão para os rumores iniciados com declarações de quatro dias atrás.


Toto Wolff, chefe da Mercedes, disse na última quinta (16) que temia pelo futuro de Hamilton na Fórmula 1. "Faremos o possível para ajudá-lo a superar esses sentimentos que ele tem para que volte mais forte, com amor pelo esporte", disse o dirigente, que afirma conversar diariamente com o piloto inglês.


No dia seguinte às declarações, Toto e Hamilton foram ausências na cerimônia anual de premiação da FIA, o que pode gerar uma punição e terminou por aumentar a temperatura das especulações, estimuladas inclusive por declarações de ex-pilotos, como Mark Webber: "Quem sabe onde pode estar a cabeça dele agora?".


O piloto alemão Nico Rosberg se aposentou da Fórmula 1 em 2016, apenas cinco dias depois de ter conquistado o título da Fórmula 1 pela Mercedes. O caso chocou o mundo do automobilismo e agora é revisitado por causa dos boatos sobre Lewis Hamilton.


Ao canal Sky Sports, Rosberg disse torcer para que o ex-companheiro não siga seus passos: "Foi um baque para ele. Mas é claro que conto com a volta dele ao grid no próximo ano e também a luta para retomar o campeonato mundial que de certa forma foi tirado dele. Lewis e Verstappen estão muito à frente de todos, então espero ver novamente a ambos na próxima temporada".


Também ex-piloto de Fórmula 1, David Coulthard disse à Rádio BBC não ter dúvidas sobre a volta de Lewis Hamilton em 2022: "Ele tem mais dois anos de contrato é uma pessoa de equipe, que está comprometido com sua equipe e estará lá no próximo ano tentando conquistar o oitavo título mundial. Você tem que tentar se colocar no lugar dele, que é um grande piloto, ganhou vários campeonatos e superou adversidades em sua carreira de piloto. Este é apenas mais um daqueles momentos que não diminuirão os muitos grandes momentos da sua carreira".


Como afirmou Coulthard, Hamilton ainda tem mais duas temporadas sob contrato com a Mercedes, até o fim de 2023.


De acordo com o diário britânico Express, Hamilton já discutiu o tema aposentadoria em "reuniões tensas" com Toto Wolff antes da assinatura deste vínculo. O assunto teria sido resolvido não com aspectos financeiros, mas com a promessa da Mercedes de apoiar diversidade e inclusão no automobilismo, que são bandeiras do piloto.


Durante a volta que decidiu o título mundial de Fórmula 1 de 2021, Hamilton resumiu seu descontentamento com a FIA em poucas palavras. "Isso foi manipulado, cara", disse o heptacampeão no rádio, quando Max Verstappen já estava longe demais para ser alcançado. O holandês foi campeão mundial pela primeira vez ultrapassando Hamilton na última volta da última corrida do ano.


Quando Nicholas Latifi, da Williams, bateu a seis voltas do fim da prova, o diretor da prova Michael Masi acionou o Safety Car e, inicialmente, informou que os retardatários não poderiam recuperar a volta perdida, o que torna o período de neutralização da corrida mais longo. Isso porque ele queria que a corrida acabasse com bandeira verde.


Minutos depois, no entanto, Masi mudou de ideia e permitiu que apenas os cinco retardatários que estavam entre Hamilton e Verstappen ultrapassassem. Segundo esta decisão, era preciso esperar uma volta para dar a relargada, o que não foi feito porque se tratava da última volta.


Na relargada, Hamilton, que tinha pneus bastante usados e liderava a corrida desde o começo, foi ultrapassado por Verstappen e perdeu o campeonato. A Mercedes apresentou reclamações sobre a decisão, mas acabou desistindo.

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