As inscrições para o vestibular já estão abertas em diversas universidades, mas muitos adolescentes e jovens ainda não decidiram em qual curso pretendem ingressar. A ampla variedade de opções exige que o aluno conheça bem os cursos existentes antes de tomar uma decisão. O auxílio de psicólogos para orientação pode ser uma ferramenta muito importante nessa
fase de escolha. Além disso, a conversa com a família e o contato com profissionais que atuam na área de interesse do vestibulando também podem ajudá-lo a se conhecer melhor e, a partir de então, encontrar um curso que se adapte ao seu perfil.
A psicóloga Sheila Nascimento, coordenadora do Curso Sigma Vestibulares, diz que os indecisos devem procurar ajuda com profissionais capacitados e utilizar catálogos e guias para conhecer todas as opções de cursos disponíveis. ‘Os alunos devem descartar aqueles cursos nos quais realmente não têm interesse. Em seguida, podemos conversar para trabalhar as demais opções’, orienta. A escolha profissional é feita por meio de dois suportes básicos: o conhecimento das profissões e o auto-conhecimento. ‘Quando você conhece os cursos disponíveis e se conhece, você cruza as informações e consegue, de uma maneira mais sensata, fazer uma escolha’, argumenta.
Indecisão
Guilherme Augusto Lippi, de 18 anos, terminou o Ensino Médio no ano passado, mas ainda estava indeciso quanto à escolha da graduação. Suas dúvidas giravam em torno dos cursos de Arquitetura, História e Direito. Durante o 3º ano, conversou com amigos e alguns profissionais, mas não conseguiu se decidir e resolveu fazer cursinho pré-vestibular por não se sentir pronto para a escolha da profissão.
Para chegar a uma conclusão, Guilherme contou com a ajuda da psicóloga, que o orientou a pensar, buscar informações a respeito das profissões, procurar um profissional e entrar em contato com as universidades. Seguindo essas dicas, o estudante pesquisou em guias de vestibular e na internet, conversou com um advogado e um arquiteto. ‘Então achei melhor escolher Direito, que é uma área que eu gosto bastante, gosto de poder ajudar as pessoas’, revela.
A psicóloga comenta que, muitas vezes, o adolescente encara o retorno financeiro como algo negativo e que deve ser desconsiderado. Mas ela esclarece que não é defeito querer uma renda que possibilite viver confortavelmente. Portanto, se isso faz parte da expectativa do estudante, ele deve levar em conta e procurar profissões que possam trazer esse retorno com mais facilidade.
Já para Lucas Schimith, de 17 anos, a orientação principal veio por meio de conversas com a família. Ele frequenta o 3º ano do Ensino Médio e diz que sempre se identificou com a área de Exatas, mas demorou a se decidir porque o que realmente queria era Engenharia Aeronáutica, um curso muito concorrido e que é ofertado em poucas universidades do país.
Lucas acredita que não basta apenas fazer o que se gosta, tendo em vista que a questão financeira é um ponto importante a ser considerado na hora da escolha. ‘Procurei primeiro orientação da minha família, porque meu pai se formou no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e me deu umas instruções. Depois falei com meu irmão, que também prestou vestibular no ITA e, por fim, conversei com minha irmã, que me indicou a prestar Engenharia Química’, comenta. Ele ainda não fez a inscrição para o vestibular da Universidade Estadual de Londrina (UEL), mas já decidiu que vai tentar Administração, um curso que ele mesmo reconhece não ter relação com sua área de preferência. O adolescente, no entanto, exp lica a escolha: ‘a ideia de prestar Administração surgiu porque sempre gostei de administrar, gerenciar, organizar e procurei um curso que se enquadrava no meu perfil’.