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Orientação vocacional: um processo de inquietação

Mariana Fabri - Especial para a Folha
06 set 2010 às 12:31

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Ana Carolina Benitez Cunha, de 17 anos, está cursando o 3º ano do Ensino Médio, mas desde o 2º ano já tomou a decisão quanto à escolha profissional. ‘Sempre gostei da área rural, mas tinha dúvida entre os cursos de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia’, conta. Após participar de palestras de orientação vocacional oferecidas pelo colégio onde estuda, o universitário, Ana optou por Agronomia.

Durante as palestras, foram apresentadas informações sobre o curso, como as matérias que compõem a grade curricular e a média de retorno financeiro da profissão. Segundo ela, esse tipo de palestra foi fundamental para a decisão, pois sem elas ficaria mais tempo perdida.

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Um processo oposto aconteceu com o estudante Victor Podanoschi de Paula Peixoto, de 16 anos. Ele também está no 3º ano do Ensino Médio, já foi aprovado em Agronomia no vestibular de inverno da Universidade Estadual de Maringá. Mas foi depois da aprovação que começaram a surgir dúvidas se era essa mesma a profissão que ele almejava. O adolescente participou de várias palestras vocacionais, mas, mesmo assim, sentiu a necessidade de uma orientação mais específica.

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Com o apoio de Rosa Maria Cardoso, psicóloga do Universitário, Victor entrou em contato com opções de gradação que ele ainda não conhecia. Dentre elas, o curso de Engenharia Ambiental chamou sua atenção, além de outros da área de biologia e engenharia. ‘Agora estou tentando afunilar para descobrir qual o curso que mais combina com minha personalidade’, relata.


A psicóloga define a orientação vocacional como sendo um processo de inquietação. Segundo ela, em primeiro lugar, o aluno tem que conhecer as carreiras existentes, saber qual o perfil da profissão, quais as áreas de atuação, como está o mercado de trabalho, quais características ela exige e, também, saber se ele se vê atuando nessa profissão. Rosa afirma que muitos alunos escolhem o curso sem ter conhecimento sobre o universo de alternativas disponíveis atualmente.

A psicóloga lembra que na questão da escolha não existe padrão único, pois isso depende do ritmo particular de cada um. Ela salienta que alguns alunos ficam paralisados na escolha, muitas vezes pelo medo de errar, por imposições familiares, ou porque simplesmente preferem não
escolher. ‘Por isso é que nós não podemos pensar no processo final da escolha, mas sim em um projeto de educação para as escolhas conscientes’, conclui.


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