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Gente que faz o trabalho invisível

Wellington Moreira
03 set 2015 às 12:07
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O início do capítulo 2 do Evangelho de São Marcos narra a história do paralítico que, movido pela fé, foi ao encontro de Jesus com o apoio de quatro homens que o carregavam numa maca, mas se deparou com um grande problema: a casa em que o mestre pregava estava tão cheia de pessoas que não era possível se aproximar nem mesmo da porta.

Por isso, numa decisão rápida e incomum, descobriram o teto por cima do lugar onde Jesus se achava e desceram o leito no qual jazia o enfermo, até próximo d’Ele. Este, testemunhando a fé daquele homem simples, o curou na mesma hora. E o paralítico, que agora já podia andar, levantou-se e foi embora perambulando à vista de todos.
Essa passagem bíblica proporciona algumas reflexões também para o mundo corporativo.

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Podemos, por exemplo, destacar a fé do homem que, mesmo acamado há muito tempo, mantinha a esperança de ser curado, conquistou o apoio de outras pessoas e ainda se dispôs a correr um risco real e iminente para cumprir o seu objetivo (chegar até Jesus).

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Também é possível conversarmos sobre a postura dos quatro homens que ajudaram o paralítico. Essas pessoas, ao virem a multidão espremida na casa onde Jesus estava, tinham tudo para dizer: "Já fizemos a nossa parte e não dá para chegar mais perto. Acho que é melhor você se contentar em ficar por aqui ou tomarmos o caminho de volta". Se eles não estivem profundamente comprometidos com o amigo, será que se arriscariam subindo no telhado de uma casa desconhecida, a descobririam, levantariam um homem enfermo até o alto e ainda o desceriam no meio da residência utilizando cordas? Isto sem falar na possibilidade de serem recriminados publicamente caso algo desse errado naquela empreitada.

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No entanto, creio que a reflexão mais importante a fazer é outra. Quem consertou o telhado depois que a multidão se dissipou? O escritor bíblico diz apenas: "Jesus saiu de novo para perto do mar e toda a multidão foi ter com Ele enquanto os ensinava" (Mc 2,13).


Não é possível respondermos essa pergunta com precisão, mas, pelo menos, temos ideia de quem não resolveu o problema. Os quatro homens podem até ter pensado em recobrir o telhado, só que certamente tiveram sua atenção desviada logo que começaram a atender quem os parabenizava pela iniciativa bem-sucedida. Os "caçadores de milagres" ficaram petrificados ao ver aquilo que Jesus fez e daí em diante nem se lembravam de que um buraco foi aberto no teto. E é claro, os curiosos que acompanhavam tudo à distância não achavam que cabia a eles qualquer tipo de protagonismo e permaneceram sem interferir.

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Dentro das empresas, muitos colaboradores atuam como os "consertadores de telhados" que ninguém vê. Realizam importantes trabalhos que, infelizmente, não são captados pelo radar de quem avalia o desempenho individual porque não praticam técnicas de marketing pessoal ou são responsáveis por atividades pouco valorizadas.


Creio que a sua companhia quer contar com pessoas que executem as "tarefas invisíveis" que ninguém ordenou serem feitas, no entanto talvez comunique o contrário aos empregados: que só vale a pena ser proativo quando os holofotes estão ligados ou uma multidão acompanha os feitos deles de perto. É por isso que, mesmo solicitando que alguém conclua certa tarefa de menor expressão por estes dias, você talvez tenha escutado: "Eu não fui contratado para isto. O meu trabalho é outro".

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Precisamos apreciar quem busca opções criativas para resolver os problemas quando existe audiência – como foi o caso de quem subiu o paralítico no telhado –, só que, ao mesmo tempo, não podemos esquecer daqueles que cumprem tarefas invisíveis e importantes depois que a multidão passa.


Como ocorreu ao narrador bíblico, muitas vezes estamos atentos aos sinais de quem coopera diretamente para a concretização do desempenho milagroso e ignoramos os gestos comuns de pessoas incomuns. Esquecemos que, após a euforia coletiva, alguém consertou o telhado.

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