Flávio Moura

Novas perspectivas de análise com o Balanced Scorecard

14 mai 2013 às 10:47

Você já parou pra pensar quão competente o comandante precisa ser pra interpretar e controlar simultaneamente todos os instrumentos e comandos de controle de um avião? Se o piloto não analisar todas as informações disponíveis e considerar apenas um ou outro instrumento, ignorando os demais, o risco de erro de percurso ou acidente é grande.

Assim como não é possível realizar um voo seguro baseando-se apenas no velocímetro de um avião, indicadores financeiros não são suficientes para garantir que uma empresa esteja caminhando na direção certa. O gestor precisa visualizar o desempenho da organização como um todo, não apenas de uma ou outra área isoladamente. Imagine que a área comercial esteja tendo excelentes resultados, mas que o setor de logística tenha dificuldades em acompanhar esse crescimento e muitos pedidos acabem sendo entregues com atraso aos

clientes

. Observe que mesmo tendo resultados positivos em vendas, os problemas em logística certamente prejudicarão a empresa em negociações futuras.


Não pretendo defender que esse ou aquele indicador seja melhor ou mais importante para a

tomada de decisão

, mas sim que os gestores precisam é de um conjunto equilibrado de informações que demonstrem a real situação da organização, pois somente assim será possível entender o impacto sistêmico nos resultados. Pensando desta forma, muitas organizações passaram a utilizar uma metodologia criada em 1992 pelos professores da Harvard Business School, Robert Kaplan e David Norton,denominada Balanced Scorecard (Indicadores Balanceados de Desempenho).


Esse modelo permite descrever a estratégia de forma muito clara através de objetivos em quatro perspectivas (financeira, mercadológica, processos internos e aprendizado & inovação), sendo todos eles relacionados entre si através de uma relação de causa e efeito. Pressupõe que a escolha dos indicadores para a gestão de uma empresa não deve se restringir a informações econômicas ou financeiras, deve monitorar também o desempenho de mercado junto aos clientes, as inovações e tecnologias e o desempenho dos processos internos. Isto porque, a somatória das pessoas, tecnologias e inovações, se bem aplicada aos processos internos das empresas, alavancarão o desempenho esperado no mercado junto aos clientes e trarão à empresa os resultados financeiros esperados.


Percebam que a utilização dessas perspectivas dá suporte à tomada de decisão, pois reúne os elementos-chave para acompanhar o cumprimento da estratégia e promover o alinhamento do

planejamento estratégico

com as ações operacionais da empresa. Dessa forma é possível gerar uma série de benefícios, como integração de medidas financeiras e não-financeiras, comunicação e feedback da estratégia, garantia de foco e alinhamento organizacional, entre outros. Entretanto, não pode ser considerada como única alternativa para todos os males do planejamento e da administração estratégica.


Essa

metodologia

não é milagrosa e jamais dará resultados por si só, por isso é preciso que além do método existam pessoas capacitadas e dispostas a utilizá-la da melhor forma, caso contrário, será mais uma tentativa que já nasce morta. Cada organização é única e a gestão deve ser orientada de acordo com a estrutura e estratégia adotada. Pensando dessa forma é preciso assegurar que todos os envolvidos compreendam essas diferenças, pois não basta buscar modelos prontos ou simplesmente copiar o que deu certo ou não no concorrente. Perceba os benefícios de uma visão mais abrangente na sua empresa e usufrua dos resultados. Sucesso a todos!


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