Em Manaus, a confirmação de gatos diagnosticados com uma doença infecciosa que pode ser transmitida a humanos preocupa as autoridades de saúde.
Quatro casos de esporotricose animal em felinos foram confirmados e mais 16 estão em análise, segundo a Secretária de Saúde da capital amazonense.
Transmitida por um fungo, nos humanos a doença ataca principalmente a pele. As lesões começam com um caroço, podendo formar uma ferida de difícil cicatrização. Na sua forma mais agressiva, a esporotricose animal desequilibra o organismo, tendo impacto em outras doenças ou comorbidades que a pessoa venha a ter.
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Nos gatos, aparecem feridas profundas que não cicatrizam, geralmente no focinho e patas, podendo progredir para o resto do corpo. Os sinais clínicos incluem perda de peso, apatia e secreção nasal.
O secretário de Saúde de Manaus, Marcelo Magaldi, afirmou que não há necessidade de pânico, e disse que a doença tem tratamento e cura.
Uma equipe de profissionais do Centro de Controle de Zoonoses está fazendo o acompanhamento dos casos suspeitos, com visitas domiciliares e coleta de material para exames laboratoriais.
O fungo da esporotricose pode ser transmitido ao gato e às pessoas pelo contato com materiais contaminados, como cascas de árvores, palha, farpas, espinhos ou terra. O gato infectado transmite a doença para outros gatos e para as pessoas por meio de arranhões, mordidas ou contato direto com a pele lesionada.
O membro do Conselho Federal de Medicina Veterinária, José Renato Rezende, alerta que a população não deve fazer a soltura de animais com eventuais sintomas, pois isso pode agravar a situação.
Uma portaria do Ministério da Saúde de fevereiro deste ano tornou obrigatória a notificação de casos confirmados de esporotricose animal.
Rezende, que integra a Comissão de Saúde Pública Veterinária do Conselho Federal, afirmou que, mesmo domesticados, há felinos que continuam a passar parte do tempo na rua, o que aumenta o risco de disseminação da doença.
Nos últimos 10 anos, foram registrados surtos de esporotricose em animais no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, na Paraíba, em Pernambuco e em Santa Catarina. A doença já teve registros em todo o território nacional.