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30% das mortes de câncer estão relacionadas ao tabagismo

03 fev 2012 às 14:36

O panorama do câncer no Brasil continua preocupando a população e as autoridades médicas. Há tempos atrás, a doença era considerada exclusivamente de idosos, porém, atualmente é comum observar a alta incidência da patologia em crianças e mulheres. Dessa forma, com a finalidade de alertar a população e intensificar a prática de medidas preventivas, é lembrado amanhã (4) o Dia Mundial do Combate ao Câncer.

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) prevê que, somente entre 2012 e 2013, um milhão de brasileiros terá algum tipo de câncer, sendo 51% entre os homens e 49% entre as mulheres, segundo o médico oncologista e presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Dr. Anderson Silvestrini. O câncer em si ocorre quando o crescimento tumultuado de células malignas invade os órgãos e tecidos do corpo e pode, inclusive, espalhar-se para outras regiões, processo conhecido como metástase.


O especialista faz uma comparação do crescimento do câncer no Brasil e revela que 10 anos atrás a confirmação do quadro clínico se dava em torno de 150 mil novos casos ao ano. Hoje, esse número subiu para 500 mil, o que significa um aumento superior a 200%. Mediante este resultado, a taxa de crescimento revela também que os principais tipos da doença são diferentes entre os sexos, com exceção da enfermidade de pele que é curável por meio do procedimento cirúrgico.


"As mulheres estão sujeitas ao câncer de pele e do colo do útero. Já para os homens, o câncer de próstata, de pulmão e do intestino são os mais suscetíveis", revela o especialista. Ainda que as estatísticas sejam alarmantes, a incidência de cura varia de acordo com o tipo da enfermidade, embora o melhor método seja investir nas medidas preventivas.


Câncer infantil


Enquanto algumas crianças aproveitam a infância em meio a brincadeiras e rodeadas pelo ambiente familiar e escolar, outras já travam uma batalha diária pela vida. A leucemia aguda, por exemplo, corresponde a 25% dos casos de câncer no período infantil, segundo o Dr. Celso Massumoto, médico hemato-oncologista do Hospital Oswaldo Cruz.


Segundo o especialista, crianças que apresentam o quadro clínico de Síndrome de Down e Anemia de Fanconi (enfermidade hereditária caracterizada pela insuficiência medular) apresentam mais chances de desenvolver a doença. Para o Dr. Anderson Silvestrini, lamentavelmente, é fato o aumento dos casos de leucemia infantil, embora menor em relação aos adultos, mas ainda sim alarmantes: cerca de 10 mil novos casos são registrados todo ano.


Prevenção ainda é o melhor remédio


O tabagismo é responsável por cerca de 30% das mortes ligadas à doença, e um fator que agrava as estatísticas é o hábito do fumo aliado à ingestão de bebidas alcoólicas. Para evitar esse comportamento, prevenir e diagnosticar um possível quadro de câncer, alguns exames como o de sangue oculto nas fezes (utilizado para identificar algum sangramento em ambos os sexos) são recomendados por especialistas.


"Para o sexo feminino, testes ginecológicos como o papanicolau (feito para detectar enfermidades futuramente) e o de mamografia (recomendado para mulheres acima dos 40 anos) são os indicados. Para os homens, além do exame de sangue oculto nas fezes, o de toque retal é fundamental na prevenção", comenta o especialista.

Mesmo que não se trate de informações novas, hábitos como a prática de exercícios físicos, manter uma alimentação saudável e evitar crises de estresse são a melhor forma de barrar o desenvolvimento do câncer. "O câncer é uma doença de envelhecimento, portanto, boa tarde da população terá algum tipo", adverte o Dr. Anderson Silvestrini. Mesmo assim, é importante seguir à risca essas recomendações e lembrar de que o diagnóstico precoce reduz o risco do câncer, bem como aumenta as chances de cura.


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