Dos incontáveis livros e filmes de autoajuda, aos ensinamentos de gurus modernos, não se trata de papo furado quando o assunto é o pensamento positivo e seu reflexo sobre vida humana. Segundo a experiência prática de médicos oncologistas, doenças graves, como o câncer, têm suas chances de cura aumentadas quando os pacientes pensam positivamente.
Para o oncologista Raphael Semchechen Filho, do Centro de Oncologia do Paraná (COPR), os efeitos benéficos da fé no tratamento de doenças são evidentes. "Pessoas que lutam contra o câncer, mesmo em estado avançado, podem melhorar pelo simples fato de acreditarem na cura. Não é raro ver que os pacientes que se propõem a cooperar e crer no tratamento têm resultados mais eficazes, comparados àqueles que se deprimem", diz. Segundo o especialista, esta crença se dá de diversas maneiras: "é importante que o paciente direcione seus pensamentos naquilo que virá depois da doença, acreditando que ela não representa o temido fim. Além disso, quando o doente imagina a passagem dos medicamentos em seu organismo e mentaliza, de maneira positiva, o efeito dos remédios sobre o câncer, ele acaba estimulando o seu sistema de defesa e contribuindo com a sua melhora", afirma Filho.
A atitude positiva dos familiares também influencia bastante no processo de cura dos pacientes. "É como educar uma criança", compara Filho. "Se ela nasce em um ambiente alegre, onde os pais estimulam suas qualidades e a educam para que tenha pensamentos otimistas, ela irá desenvolver melhor suas potencialidades no futuro, se comparada a uma criança cuja educação foi reprimida", completa. Da mesma forma, quando um portador de câncer acorda de uma cirurgia e os seus familiares estão ao lado, comemorando o sucesso do procedimento, o paciente evolui seu quadro mais rapidamente. "É como se assoprássemos aquela brasa de esperança, que já estava quase apagando", afirma Filho.
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Apesar da sua comprovação prática no ambiente clínico e hospitalar, o fato de acreditar no tratamento, a fim de torná-lo mais eficiente, ainda é empírico, sem caráter científico. Contudo, a psicóloga Marivel Azevedo Crisafulli, também do COPR, considera que "quando o paciente acredita, algo se transforma dentro dele. Seus mecanismos internos o ajudam a reduzir a ansiedade, medos e angústias, tornando o tratamento menos doloroso e melhorando sua eficácia", explica. Além disso, ela ressalta a importância do apoio familiar e de uma equipe médica multidisciplinar: "A família é o sustento de um paciente com câncer e passa toda a sua força e ânimo para o doente. Contudo, se este não tiver o suporte de seus familiares, poderá ter seu tratamento comprometido", explica. Sobre o apoio médico, Marivel afirma que o diálogo com os pacientes os ajuda a recuperar a autoestima. "Exteriorizar os sentimentos aumenta a confiança dos pacientes no tratamento e, por consequ**ência, os auxilia a enfrentar a doença de maneira mais suave e menos traumática", finaliza (com Lide Multimídia - Assessoria de Imprensa).