O advogado da médica Virgínia Soares, acusada de antecipar mortes de pacientes na UTI do Hospital Evangélico de Curitiba entregou nesta quinta-feira (11) a defesa da acusada ao Tribunal do Júri da capital. Elias Mattar Assad alega que faltam informações concretas sobre o caso e ainda afirmou que uma testemunha sigilosa acusa um grupo paulista de formar um complô contra o hospital.
Assad pede à Justiça a produção de provas periciais, documentais e a exumação dos sete corpos mencionados no processo. O advogado ainda defendeu que, caso a análise mais recente do Instituto de Criminalística, divulgada no último dia 12, seja anexada ao caso, o inquérito teria que recomeçar, para que a defesa seja refeita.
O relatório do instituto aponta que cerca de 300 pessoas morreram, entre 2006 e 2013, logo depois de receberem medicamentos e terem o nível de oxigênio reduzido. O procedimento é semelhante ao que ocorreu nas sete mortes que já são investigadas e que iniciaram todo o processo de acusação contra a médica.
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O advogado ainda disse que uma testemunha, que mora em São Paulo e quis permanecer em sigilo, aponta um grupo paulista, com interesse na compra do Hospital Evangélico, como o responsável pelo escândalo, por ter, supostamente, induzido pessoas a testemunharem sobre o caso. "Vamos pedir para que ele se identifique, faremos algumas perguntas e tentaremos levá-lo para depor em juízo", diz Assad.
Seriam duas cartas entregues ao tribunal do Juri. Uma delas conta todo o procedimento, em que um grupo de pessoas teria criado provas contra o hospital. A outra cita o nome das pessoas envolvidas no caso e foi mantida em sigilo.
Virgínia Soares é acusada pelo Ministério Público por sete homicídios duplamente qualificados e formação de quadrilha. Outras sete pessoas também são suspeitas das mortes na UTI do hospital.