A Alemanha identificou brotos contaminados como a origem de um surto mortal da bactéria Escherichia coli (E.coli), que já matou pelo menos 30 pessoas. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (10), por Reinhard Burger, presidente do Instituto Robert Koch, centro nacional de saúde pública do país.
"São os brotos", disse Burger em entrevista à imprensa sobre as infecções pela E.coli enterohemorrágica (EHEC) no norte do país. Ele não detalhou, porém, a que tipos de brotos se referia. "Descobriu-se que as pessoas que comeram brotos teriam nove vezes mais chances de apresentar diarreia sanguinolenta ou outros sinais de infecção pela EHEC que aquelas que não os consumiram", afirmou ele, referindo-se a um estudo feito com pessoas que adoeceram depois de comerem em restaurantes.
Com a identificação, as autoridades sanitárias alemãs suspenderam o alerta contra o consumo de pepinos, alfaces e tomates crus pela infecção com uma cepa agressiva da bactéria "E. coli" que causou 29 mortes na Alemanha e uma na Suécia. A decisão foi anunciada pelos porta-vozes do Instituto Robert Koch de virologia e do Instituto Federal de Avaliação de Riscos em entrevista coletiva conjunta em Berlim, na qual assinalaram que o foco da infecção tem "com quase absoluta segurança" sua origem em sementes germinadas.
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Foi mantida a advertência contra o consumo dessas sementes germinadas em forma de brotos de soja ou de legumes, depois que as pesquisas apontam um produtor do estado da Baixa-Saxônia como a origem da infecção. Reinhard Burger, diretor do Instituto Robert Koch, assinalou que o número de doentes pela infecção de E. coli vem caindo e novamente fez uma chamada à população para que observe as mínimas normas de higiene no manejo de verduras e outros alimentos crus.
As suspeitas recaem sobre uma fazenda de cultivo biológico na localidade de Bienenbüttel, no distrito de Uelzen, na qual vários de seus funcionários contraíram a doença há várias semanas. No entanto, as análises realizadas nessa empresa tiveram resultados negativos, embora não se descarte que o foco infeccioso tenha desaparecido após seu surto inicial sem deixar rastro.
Em 25 de maio, os dois institutos tinham advertido oficialmente contra o consumo das citadas verduras para saladas com base nos interrogatórios a que foram submetidos os pacientes internados com a infecção de E. coli.
Rússia
O chefe do Serviço Sanitário da Rússia, Gennady Onishchenko, anunciou que seu país suspenderá o veto às importações de verduras procedentes da Europa em troca de garantias da União Europeia (UE) sobre cada país e produto. As posições se aproximaram significativamente. A Comissão Europeia propôs desenvolver este trabalho não em nível nacional, como é feito agora, mas em nível da Comissão, que dará garantias sobre cada país e cada tipo de produto", disse Onishchenko à imprensa.
A autoridade indicou que as primeiras provisões serão autorizadas assim que houver um acordo sobre que documentos garantirão a segurança dos produtos. As declarações de Onishchenko, membro da delegação russa na cúpula Rússia-UE, representam uma suavização da postura de Moscou na "guerra das verduras". Para levantar a proibição, a Rússia exigia até agora saber a causa exata do foco do surto infeccioso que deixou 29 mortos na Alemanha. A UE solicitou a suspensão do veto russo por considerá-lo uma medida "desproporcional" à emergência sanitária causada por uma cepa agressiva da bactéria E. coli.