Ana Clara Meirelles, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento da Universidade Estadual de Maringá, identificou um novo gene de resistência à antracnose. A antracnose é responsável por consideráveis perdas de produtividade na cultura do feijoeiro, causada pelo fungo Colletotrichum lindemuthianum (Sacc. & Magnus) Lams.-Scrib. A descoberta permitirá a criação de cultivares mais produtivas e com amplo espectro de resistência.
O trabalho, desenvolvido no Núcleo de Pesquisa Aplicada à Agricultura (Nupagri-UEM), já foi apresentado em dois importantes eventos da área. O primeiro deles, em agosto, em Guarapari/ES, no Congresso Brasileiro de Melhoramento de Plantas. O outro, em outubro, no Colorado/EUA, no Bean Improvement Cooperative (BIC) Meeting. Durante este último, a orientadora da mestranda, a professora Maria Celeste Gonçalves-Vidigal, obteve a aprovação do Comitê de Genética do BIC para esse novo gene, nomeado como Co-14, presente na cultivar tradicional Pitanga.
No Brasil, até o momento, foram identificadas mais de 54 raças fisiológicas de C. lindemuthianum nas diversas regiões produtoras de feijoeiro comum. O Paraná é o estado onde tem sido observado maior variabilidade do patógeno, com 40 raças identificadas, seguido por Goiás com 17, Santa Catarina 16 e Rio Grande do Sul com 14.
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Para Meirelles, descobrir um novo gene está agregado ao trabalho árduo, além de muito conhecimento e experiência da equipe. A mestranda explica que a identificação do gene como uma nova fonte de resistência ao C. lindemuthianum é muito importante para os programas de melhoramento genético nacionais e internacionais do feijoeiro comum.