A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pode decidir nesta terça-feira (13) pelo fim dos aditivos que dão sabor a cigarros no país.
A ideia original da agência reguladora era proibir a adição, aos cigarros, de açúcar e outros ingredientes que mascaram o gosto amargo do tabaco, como menta, chocolate e baunilha. Para a Anvisa e organizações de combate ao fumo, a indústria tabagista usa os cigarros aromatizados para atrair jovens e adolescentes. De 2007 a 2010, subiu de 21 para 40 o número de marcas desse tipo, informou a Vigilância Sanitária.
No mês passado, o relator do tema na Anvisa, Agenor Álvares, mudou o texto, permitindo o uso do açúcar por mais um ano, prazo em que o tema voltará a ser debatido. A possibilidade de manter a adição de açúcar provocou impasse entre os diretores, o que levou ao adiamento da decisão para esta terça-feira.
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Na semana passada, a indústria do tabaco apelou à Casa Civil para barrar a proposta da Anvisa. Em um manifesto, os fabricantes e fumicultores alegaram que a produção nacional de cigarros ficará inviável se esses ingredientes (aditivos) forem banidos.
O setor alega que os cigarros com sabor não servem para atrair fumantes jovens e nem são mais prejudiciais à saúde. A indústria concorda em acabar com alguns aditivos, como o sabor chocolate, mas quer manter o açúcar, o mentol e o cravo. O açúcar, segundo os fabricantes, é necessário na produção (já que a folha do tabaco perde açúcar na secagem), e os cigarros mentolados e de cravo já têm um público cativo, além de serem autorizados em outros países.