Estudo realizado pela Sociedade Espanhola de Pneumologia e Cirurgia Toráxica (SEPAR) revela que a apneia do sono – desordem caracterizada pela suspensão da respiração durante o sono – pode incitar o desenvolvimento de células cancerígenas e, consequentemente, a elevação do crescimento de tumores.
A falta de oxigênio (hipoxia) refere-se a um sinal recorrente da apneia e pode causar problemas cardiovasculares, como a hipertensão. O estudo foi realizado em ratos submetidos a injeções de células tumorais de melanoma e, posteriormente, divididos em dois grupos. Os primeiros foram expostos a uma hipoxia ininterrupta que simulava a apneia, enquanto os do segundo grupo receberam níveis normais de oxigênio. Após os testes, os tumores dos ratos foram extraídos e pesados, com a medição do grau de necrose dos mesmos para determinar sua agressividade.
De acordo com o pesquisador Ramon Farré e membro do setor do sono do SEPAR, a pesquisa revelou que a ampliação do tamanho do tumor foi maior no grupo sujeito à hipoxia ininterrupta, demonstrando o peso do tumor e a necrose desses roedores maiores quase duas vezes que o dos demais.
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Apneia do sono
A síndrome caracteriza-se pela obstrução parcial ou total das vias aéreas durante o sono, causando a apneia (interrupção completa do fluxo de ar através do nariz ou da boca por um período de pelo menos dez segundos) ou a hipopneia (redução de 30% a 50% desse fluxo).
Os sintomas mais comuns são ronco, episódios visíveis de interrupção da respiração e sono excessivo durante o dia. O ronco pode ser demasiadamente alto e interferir com o sono de outras pessoas. Portadores de sintomas mais graves costumam acordar com sensação de sufocamento, refluxo esofágico, boca seca, espasmo da laringe e vontade de urinar.
As consequências da síndrome vão desde as noites mal dormidas até a morte. Estudos demonstram uma associação da apneia com o aumento na incidência de infartos do miocárdio, derrames cerebrais e arritmias cardíacas. A hipertensão arterial é outra doença vinculada, sendo encontrada em 70% a 90% dos casos.
O tratamento é realizado a fim de manter as vias aéreas permeáveis ao fluxo de ar durante a noite. Ele pode ser feito por meio do uso de máscara (CPAP), que conectada a um compressor de ar provoca pressão positiva para forçar sua passagem através das vias aéreas superiores, durante a noite. Outra opção é a cirurgia, indicado para a remoção de obstáculos e correção de distúrbios anatômicos que dificultem a passagem de ar. Aos pacientes obesos, recomenda-se a perda de peso, assim como evitar dormir de barriga para cima (com saudeempautaonline).