O atendimento ruim do sistema público de saúde, a demora na realização de exames, entre outros pontos negativos, transformou os planos de saúde particulares no sonho de consumo, principalmente para os trabalhadores. Um estudo realizado pelo instituto de Ensino e Pesquisa Insper, mostrou que apenas 20% dos candidatos a um novo emprego tem como interesse principal o salário oferecido pela empresa. A grande maioria quer saber, primeiro, quais os benefícios oferecidos. E entre eles, um bom plano de saúde pode ser fundamental, tanto na hora de conquistar, quanto em reter um talento na empresa.
O ajudante de despachos, José Carlos dos Santos, que trabalha para uma companhia aérea em Maringá, é um exemplo. Ele conta que quando se candidatou à vaga de emprego, tinha uma segunda proposta, que poderia até mesmo lhe render melhor remuneração. "A outra empresa oferecia um salário fixo, mais um variável, que podia representar um salário melhor no fim do mês, mas não tinha nenhum de saúde. E eu fico preocupado, por que a gente tem família e nunca sabe quando um filho pode precisar de um médico. Depender do SUS é complicado", disse.
Para Santos, o leque de benefícios oferecidos pela empresa escolhida foi um atrativo a mais na hora e decidir, mas o plano médico foi a cereja do bolo. "Aqui, o salário é fixo, mas a empresa oferece o melhor plano de saúde do Estado, e ainda temos vale alimentação, cesta básica e transporte, que no conjunto, além de me darem tranquilidade, porque minha família está protegida, acabam resultando num salário global muito interessante", explicou.
Leia mais:
Investigação sobre desvios em compra de vacina da Covid volta ao STF, e PGR analisa em segredo
Droga injetável contra HIV é eleita descoberta de 2024 pela revista Science
Estudo sugere que consumo de chocolate amargo está ligado à redução no risco de diabetes tipo 2
Lula tem alta da UTI e passa a ter cuidados semi-intensivos no hospital
O consultor de RH Maurício Hahn, que trabalha com empresas da área de metalurgia do interior de São Paulo, explica que as empresas, cada vez mais estão se humanizando e essa humanização passa pela preocupação com o bem estar e os interesses dos colaboradores. "Aquilo que a gente ouvia dizer do Google, por exemplo, que oferecia sala de massagens, de jogos, redes etc, são na verdade parte dos benefícios que levam a empresa a se destacar em excelência. Alguém já se perguntou quanto ganha um funcionário do Google? Não, mas todo mundo se interessa em saber qual a gama de benefícios que a empresa oferece", exemplifica.
Para o consultor, não é necessário que a empresa chegue ao requinte do Google, mas oferecer bons benefícios é fundamental. "E dentre estes benefícios eu enumero como o principal o convênio médico e se possível também o odontológico. As empresas que oferecem bons planos médicos, além de garantirem a retenção de talentos, o que hoje é fundamental, afinal as empresas são feitas por pessoas, também sai ganhando em ter colaboradores mais saudáveis", ressalta Hahn.
Os especialistas enumeram que as empresas que oferecem bons benefícios, acabam sendo beneficiadas com: melhoria na qualidade de vida dos colaboradores, aumento na produtividade, melhor integração entre empresa e colaborador, melhora da capacidade física, reduz os riscos de acidentes de trabalho, reduz os tempos de afastamentos para tratamento médico, reduz o número de faltas, além de diminuir o turnover. "Mais que conquistar talentos, é ação fundamental de um bom RH, ter ferramentas que permitam reduzir a rotatividade. O turnover é uma doença para a empresa e neste caso, não há plano de saúde que resolva", ensina o consultor.