Não é só a expectativa de vida das pessoas que aumentou nos últimos anos; a
dos animais também. Graças aos avanços da medicina veterinária, hoje em dia
há registros de cães com mais de vinte anos. Por conta disso, já existem
veterinários especialistas em geriatria. Eles ensinam que um fator
importante para aumentar a sobrevida dos animais de estimação é a prevenção.
Muitos dos exames incluídos em check-ups humanos também são utilizados em
cães e gatos que chegam à "terceira idade".
De acordo com a professora de Clínica Médica do curso de Medicina
Veterinária da Unopar, Flávia Navas Padilhas, a partir dos sete anos os cães
estão entrando na velhice. Esta é uma fase de vida em que eles precisam de
mais atenção e cuidados especiais.
A visita ao veterinário vai incluir exame dos olhos para diagnóstico e
tratamento de catarata e também da boca, onde a presença de bactérias pode
iniciar muitas doenças. "Outro ponto importante é a avaliação do fígado e
dos rins, já que nesta idade as doenças são mais comuns. Tudo que a gente
diagnostica no início é mais fácil de ser tratado e controlado", explica.
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Se o veterinário perceber alterações nos batimentos cardíacos, ele pode
pedir um ecocardiograma ou um eletrocardiograma. Se o problema for nos
pulmões, pode ser feito um Raio-X. Exames de urina e sangue detectam sinais
de diabetes e infecções.
"Os proprietários devem estar sempre atentos a sinais como emagrecimento
progressivo, sede excessiva e alterações de comportamento. Outra dica é
apalpar os animais para perceber pequenos tumores", diz. Neste caso,
o melhor a fazer é procurar ajuda especializada. Uma ultrassonografia
abdominal pode indicar a presença de tumores antes que eles se tornem
intratáveis.
Atualmente, todos esses exames podem ser feitos em Londrina. O Hospital
Veterinário da Unopar em Arapongas, por exemplo, tem equipamento para
eletrocardiograma, Raio-X (inclusive de grandes animais) e laboratório de
análises clínicas.
A vantagem do check-up completo, segundo Flávia Padilhas, é que a partir daí fica mais fácil acompanhar qualquer distúrbio apresentado pelo animal: "Mesmo se ele estiver saudável, vamos ter um ponto zero a partir do qual as alterações
de valores poderão nos dizer o que está errado", indica ela.
Os valores cobrados são parecidos com os custos dos exames feitos em
humanos. De acordo com a professora, o investimento vale a pena. "É melhor
gastar uma vez por ano com um check up geral e assim ter condições de manter
o animal mais saudável por mais tempo. Além disso, hoje em dia os animais
fazem parte das famílias e ninguém que tem um bichinho de estimação quer que ele sofra com problemas de saúde por descuido ou negligência", pondera (com assessoria de imprensa Unopar).