Para responder a essa questão, a aluna do mestrado em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Ligia Maria Rocha Rodrigues, buscou entender como o brincar auxilia no bem-estar dessas crianças, identificando resultados e mudanças que permitem à criança mais autonomia e participação durante a hospitalização, além de compreender como age sobre as interações sociais ocorridas entre elas, os profissionais de saúde e os acompanhantes, e analisar como pode vir a contribuir para uma ampliação do cuidado em saúde.
Durante três meses, Ligia acompanhou o trabalho realizado pelo Programa Saúde e Brincar, do hospital Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). Os resultados obtidos mostraram que o brincar, enquanto recurso terapêutico, possibilita a criança ocupar um papel mais ativo, com bem-estar, autonomia e participação, agindo também sobre o fortalecimento das relações ocorridas entre os stakeholders e contribuindo para um tratamento que perpassa os limites físicos do adoecimento, fazendo com que a criança modifique suas percepções acerca das experiências vivenciadas dentro do hospital.
Para ela, pensar em promoção da saúde no ambiente hospitalar é extremamente pertinente, especialmente quando neste espaço existem crianças que permanecem internadas durante longos períodos ou que sofrem com internações seguidas ao longo de suas vidas.
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"O hospital, nesse caso, transforma-se no único ou no principal cenário onde transcorrem suas vidas e onde suas atividades diárias são realizadas." Além disso, acrescenta Lígia, as brincadeiras contribuem para que ela saia da condição passiva de objeto de tratamento para ocupar um papel mais ativo perante a hospitalização.