A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público rejeitou, na quarta-feira (15) , em caráter conclusivo, o Projeto de Lei 6813/10, do Senado, que prevê a redução da carga de trabalho dos técnicos e auxiliares de enfermagem de 44 horas para 40 horas semanais.
A proposta também fixa o piso salarial dos técnicos de enfermagem em R$ 782 e o de auxiliar de enfermagem em R$ 598.
Como a proposta foi rejeitada por todas as comissões temáticas, ela será arquivada a não ser que haja recurso para análise pelo Plenário. Em novembro de 2012, a Comissão de Seguridade Social e Família já havia votado contra o texto.
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A relatora, deputada Flávia Morais (PDT-GO), criticou a medida e defendeu a aprovação de outra proposta (PL 2295/00) que fixa em 30 horas semanais a jornada de enfermeiros, técnicos, auxiliares de enfermagem e parteiras. A intenção é assegurar isonomia dessa categoria com outros profissionais de saúde, como fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
"Parece-nos um retrocesso tentar garantir aos técnicos e auxiliares de enfermagem a jornada de quarenta horas semanais quando outro garante trinta horas", disse. A proposta das 30 horas de jornada recebeu mais de 6.500 ligações a favor da aprovação pelo Disque Câmara em 2014, a terceira mais citada. O texto está pronto para análise para o Plenário desde o fim de 2009.
"Continuamos todos pelas 30 horas semanais, concordância plena com a relatora", disse o deputado Vicentinho (PT-SP).
O deputado Roney Nemer (PMDB-DF) disse que no Distrito Federal já há uma lei que garante aos profissionais de enfermagem as 30 horas semanais
Piso salarial
Morais também lembrou que o piso salarial proposto já está inferior ao salário mínimo, atualmente em R$ 788. "O piso pode ser utilizado pelos maus empregadores para congelar a remuneração dos técnicos e auxiliares de enfermagem, uma vez que é pouco provável que a lei seja alterada com a frequência necessária."