O Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado nesta sexta-feira (31 de maio), foi instituído pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para conscientizar a população sobre os danos causados pelo tabagismo. O tabagismo – ativo ou passivo – é a principal causa de diversos problemas de saúde, entre eles o segundo tipo de câncer mais incidente no Brasil: o câncer de pulmão. De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), mais de 31 mil novos casos da neoplasia acontecerão no país este ano, sendo 18,7 mil casos em homens e 12,5 mil em mulheres.
A exposição direta ou indireta à substância pode acarretar em graves consequências ao organismo – por isso, prevenção e diagnóstico precoce do câncer de pulmão são fundamentais para reduzir os danos à saúde da população. Avanços na medicina permitem a descoberta da doença em seu estágio inicial e um acompanhamento preciso, para garantir um tratamento eficaz. Muitos desses avanços vêm da Medicina Nuclear, que tem papel importante não só para a detecção, mas para garantir que a melhor conduta terapêutica seja adotada no tratamento a partir da determinação da evolução da doença.
Gustavo Gomes, médico nuclear e segundo secretário da SBMN (Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear), explica que o PET (sigla em inglês para tomografia por emissão de pósitrons) é um exame altamente específico para detectar precocemente as lesões cancerígenas no órgão, além de possibilitar a identificação de possíveis metástases. "O PET agrega precisão para identificar se o nódulo pulmonar é benigno ou maligno. Além disso, já é um exame consolidado, aprovado no rol da ANS e também incorporado ao SUS há algum tempo, o que garante que ele esteja na ponta da atenção à saúde. No caso do câncer de pulmão, ele consegue além de auxiliar no diagnóstico avaliar a extensão da doença no corpo inteiro", afirma.
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Definindo o tratamento
Quando o câncer é identificado, o PET tem uma função importante no estadiamento completo da doença. "A partir do exame, conseguimos avaliar tanto o tumor primário, quanto a presença de linfonodos mediastinais comprometidos, e também metástases", frisa o médico nuclear. Isso significa que o PET consegue localizar e avaliar a situação do câncer no organismo, se ele está localizado ou evoluiu para um estágio avançado, espalhando-se para outros órgãos. Dessa forma, é possível oferecer o melhor tratamento ao paciente.
O exame também auxilia na avaliação da resposta terapêutica – se o paciente precisou ser submetido à quimioterapia, é possível verificar precocemente se ele está respondendo ou não de forma positiva ao tratamento. "Isso é custo-efetivo, pois se após fazer a avaliação pelo PET for constatado que ele não está respondendo, o médico já pode mudar a terapia. O exame acaba sendo útil, também, para evitar cirurgias desnecessárias nesses pacientes, pois já os direciona à terapia que melhor atenderá sua condição".