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Casos de AIDS diminuem 68% no PR, mas contaminação do vírus HIV aumenta

30 nov 2018 às 14:29

Dados da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA) apontam que o número de novos casos de AIDS diminuiu 68% entre 2010 e 2017, recuando de 1.626 para 1.107 ocorrências. O levantamento reforça a importância do diagnóstico precoce, o que possibilita o retardo do avanço da doença.

A baixa do desenvolvimento da AIDS na população paranaense se dá principalmente pelo avanço dos remédios, é o que explica a diretora médica do Frischmann Aisengart, laboratório da Dasa, Myrna Campagnoli. "A medicação faz com que o vírus permaneça inativo, ou pelo menos inerte, por mais tempo. Para isso, é imprescindível um diagnóstico precoce para início imediato do tratamento".


Por outro lado, o mesmo levantamento mostra que, no mesmo período, a quantidade de infecção do vírus HIV tem aumentado. Em 2010, foram diagnosticados 692 casos, contra 2.609 em 2017. Até outubro deste ano, a secretaria registrou 1.525 novas ocorrências. Como os sintomas da infecção podem demorar até oito anos para aparecer, os exames de rotina são fundamentais para descobrir a infecção o quanto antes. "Atualmente, são disponibilizados exames rápidos que possibilitam diagnósticos precisos. É essencial que as pessoas ativas sexualmente realizem os exames pelo menos uma vez ao ano", ressalta.


A médica alerta que o aumento do número de infecção é preocupante principalmente entre os jovens de 15 a 19 anos. "Há alguns anos receber um diagnóstico de AIDS era uma sentença de morte. Nos dias atuais, o avanço do tratamento possibilita que quem contrai o vírus possa ter uma vida saudável e a população mais jovem acaba subestimando a gravidade da doença e não se prevenindo", diz. Também de acordo com ela, o número de infectados na população idosa é outro dado preocupante por conta do tabu sobre a vida sexual na terceira idade, somente na última década o Ministério da Saúde registrou um aumento de 103% de pessoas com mais de 60 anos com HIV.



HIV e AIDS
O HIV é transmitido principalmente por relações sexuais desprotegidas, isto é, sem o uso do preservativo, e compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas com sangue. Seus primeiros sintomas são febre persistente, calafrios, dor de cabeça e dor de garganta. Dores musculares, manchas na pele, gânglios ou ínguas embaixo do braço, no pescoço ou na virilha que podem levar algum tempo para desaparecer.

A AIDS é uma doença crônica e que pode ser potencialmente fatal. Ela acontece quando a pessoa infectada pelo HIV tem o seu sistema imunológico danificado pelo vírus, interferindo na habilidade do organismo de lutar contra invasores que causam a doença, além de deixar a pessoa suscetível a infecções oportunistas - como tuberculose, pneumocistose, toxoplasmose e Sarcoma de Kaposi.


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