O número de casos de hepatites aumentou 20% no Brasil em 10 anos, segundo o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2019, divulgado pelo Ministério da Saúde. Os dados analisados comparam os anos de 2008 e 2018.
Em 2008, o levantamento apontou que foram registrados 35.370 casos da doença. Já em 2018 foram 42.383, o que representa um aumento de 20%. Mesmo com o crescimento no número de pacientes diagnosticados, as mortes tiveram uma queda de 9%. Os dados sobre os óbitos comparam os anos de 2007 e 2017. Em 2007, as mortes somaram 2.402, já em 2017 foram 2.184.
A hepatite é uma doença que se caracteriza pela inflamação do fígado e pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns medicamentos que geram efeitos colaterais. Além disso, o uso de álcool, drogas e outras substâncias também pode levar à condição. De acordo com o Ministério da Saúde, a hepatite pode ser uma doença silenciosa em alguns casos, mas, mesmo assim, é importante que as pessoas fiquem atentas aos sintomas.
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No Boletim Epidemiológico são avaliados apenas os casos das hepatites virais, que se dividem entre os tipos: A, B, C, D e E. Segundo dados do Ministério da Saúde, 70% das mortes registradas no Brasil em decorrência da hepatite ocorrem pelo tipo C. Os óbitos pelo vírus da hepatite B representam 21,8% das mortes e o da hepatite A, 1,7%. Os dados são de 2017.
Sintomas - Com a existência de cinco tipos da doença, os sintomas podem variar. De acordo com o Ministério da Saúde, os sinais mais comuns para as hepatites A e B são: dor muscular, dor ou desconforto abdominal, fadiga, náusea e vômitos, febre, urina escura, perda de apetite e amarelamento da pele e dos olhos.
Já para a hepatite C, o tipo considerado mais grave, os sintomas mais comuns são os listados acima mais o sangramento no esôfago ou no estômago.
Diagnóstico - O diagnóstico precoce é importante porque pode evitar a evolução da doença para o câncer de fígado ou para a cirrose. A doença pode ser identificada por meio de testes rápidos e exames laboratoriais. Em testes rápidos, o paciente consegue ter o resultado em mãos em menos de uma hora.
De acordo com o Ministério da Saúde, os testes rápidos de hepatites B e C estão disponíveis para toda a população em postos de saúde.
Prevenção - Para se prevenir contra as hepatites A e B, o paciente pode tomar a vacina. Quem se imuniza contra o vírus da hepatite B está, também, protegido contra o vírus da hepatite D, um tipo mais raro no Brasil. A vacina para a hepatite B está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde) para crianças e adultos.
Contágio - Para os vírus da hepatite A e E, o contágio pode ocorrer por meio do contato com fezes e alimentos contaminados. Por isso, condições como saneamento básico precário, água não potável, falta de higiene pessoal e ingestão de alimentos contaminados podem levar à doença.
No caso das hepatites B e C, que são consideradas ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis), o contágio ocorre por contato com o sangue contaminado, pelo compartilhamento de seringas, agulhas e lâminas de barbear e pelo contato com fluídos sexuais, como o sêmen. Além disso, pode ocorrer ainda a transmissão vertical, ou seja, de mãe para filho durante a gravidez ou o parto.
Tratamento - Apesar de ser considerada a mais grave, a hepatite C tem cura, segundo o Ministério da Saúde, em mais de 90% dos casos diagnosticados. Entretanto, para o sucesso, é preciso que o paciente realize o tratamento corretamente.
Já as hepatites B e D não têm cura, mas possuem tratamento. Com o controle das doenças, é possível evitar que os casos evoluam para câncer de fígado ou cirrose.
Já a hepatite A, menos grave que as outras, é uma doença aguda que o tratamento se baseia em dieta e repouso. Apesar de mais simples, os casos devem ser acompanhados por um médico para que se verifique a imunidade do paciente.
*Sob supervisão de Larissa Ayumi Sato