De acordo com o Instituto Latino-Americano de Sepse (ILAS), no Brasil, aproximadamente, 200 mil pessoas morrem em decorrência da doença e 25% da ocupação de leitos em Centro de Tratamento e Terapia Intensiva (CTI) são de casos de sepse. No mundo, a Global Sepsis Alliance (GSA) estima que 30 milhões de pessoas sofram com esta síndrome e, deste total, cerca de oito milhões morram.
O intensivista Dr. Marcelo Maia, coordenador médico do CTI do Hospital Santa Luzia, em Brasília, explica que a sepse é um conjunto de sinais e manifestações do organismo, geradas por uma infecção. "Um foco infecioso pode resultar em uma resposta inflamatória em todo o organismo, como consequência do agente infeccioso. Essa ação em cadeia é conhecida como sepse e pode comprometer o funcionamento dos órgãos, levando à morte do paciente por falência de múltiplos órgãos."
Dr. Marcelo explica que a alta mortalidade pela doença é resultado de uma falha no diagnóstico, o que resulta no agravamento da sepse. "Quanto mais cedo a síndrome for diagnosticada, melhores serão os resultados do tratamento, diminuindo a taxa de mortalidade. As primeiras seis horas, após a detecção da sepse, são cruciais para a eficácia do tratamento, além de prevenirem que o quadro evolua para uma estágio grave ou um choque séptico", alerta.
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Tratamento rápido e assertivo
O conjunto de ações específicas realizadas para diagnosticar e tratar a sepse devem ser iniciados logo na chegada do paciente à emergência. O quadro clínico é o primeiro fator a ser analisado, seguido das confirmações por exames laboratoriais e o tratamento específico. "A evolução da sepse para formas mais grave - Sepse Grave e Choque Séptico - podem ocorrer por falha ou demora da detecção e do tratamento da síndrome. A partir dos sinais clínicos e das alterações laboratoriais, os profissionais devidamente capacitados conseguem diagnosticar a doença", destaca Dr. Marcelo Maia.
Os casos mais graves da sepse ocorrem quando o agente infeccioso, causador da inflamação, migra para a corrente sanguínea, podendo ser denominado como infecção generalizada. "A sepse inicial pode estar localizada em apenas uma região ou um órgão do corpo, porém o avanço da doença pode gerar a migração do agente infeccioso para o sistema circulatório, afetando assim todo o organismo do paciente. Por este fator, a síndrome deve ser tratada de forma correta e imediata, evitando a disseminação do agente infeccioso no corpo", conclui o especialista.