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Cirurgia bariátrica pode afetar qualidade dos espermatozoides, diz estudo

Gabriel Alves - Folhapress
22 set 2020 às 10:46
- Pixabay
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A qualidade dos espermatozoides, as células reprodutivas masculinas, pode cair drasticamente após a realização de cirurgia bariátrica, sugere um novo estudo publicado por pesquisadores brasileiros na revista Obesity Surgery.


Embora os resultados tenham avaliado os pacientes apenas em um intervalo considerado curto, de seis meses, eles acendem o sinal amarelo para quem vai se submeter ao procedimento e que tem planos de ser pai.

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A ideia da pesquisa, que embasou o doutorado de Guilherme Wood, urologista e especialista em reprodução humana do Grupo Huntington, veio da observação de que, apesar da melhora evidente de muitos parâmetros de saúde dos pacientes, que chegavam a perder 70 kg, o impacto da bariátrica na fertilidade parecia ser muito ruim.

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O estudo foi feito em duas etapas.

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Na primeira, houve a comparação de parâmetros ligados à fertilidade entre voluntários obesos (42) e saudáveis (32). Até aí, sem grande novidades: os pacientes obesos tinham menor produção de testosterona e maiores níveis de estradiol (combinação inclusive ligada à disfunção erétil), além de pior qualidade do esperma, com menor volume ejaculado, menos espermatozoides e células menos móveis, ou seja, menos capazes de perseguir o destino rumo ao óvulo para fecundá-lo.


A novidade veio na sequência, com o acompanhamento de 18 pacientes antes e depois da cirurgia e dos outros 14 que não foram operados.
Os operados, apesar de mais magros, menos hipertensos e com redução no consumo de álcool, e maior produção de testosterona e outros hormônios ligados à fertilidade, apresentaram menores níveis de produção de espermatozoides.

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O total de espermatozoides ejaculados despencou 86%, de uma média de 122,8 milhões para 17 milhões.


Uma possível explicação para esse pior desempenho na produção de espermatozoides é a falta de nutrientes nos testículos (responsáveis pela produção dessa células) devido à modificação do trajeto da comida no trato gastrintestinal.

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"O obeso que está perdendo 20 kg, 30 kg no mês está vivendo um período de desnutrição, e a produção de espermatozoides pode ser sensível a isso", diz Wood.
A intervenção cirúrgica pela qual passaram os pacientes é conhecida como bypass gástrico, na qual o bolo alimentar deixa de percorrer por uma grande extensão do intestino delgado, sendo despejado já no íleo, porção que se une ao intestino grosso.


Esse menor contato da comida com o intestino é um dos motivos do emagrecimento e da alterações metabólicas que ajudam a controlar o diabetes, por exemplo.

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Outra hipótese levantada pelos autores do estudo é a de que alterações hormonais e do metabolismo poderiam estar na raiz das mudanças observadas.


A melhora na integridade do DNA desses pacientes poderia ser explicada por uma conjuntura térmica –com menos massa gorda na região que envolve a bolsa escrotal (e os testículos, por conseguinte), a temperatura da região poderia ter baixado, o que tem efeito positivo na produção dessas células germinativas.

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"Nossa recomendação é que o aconselhamento sobre infertilidade com um urologista seja obrigatório para quem vai passar por cirurgia bariátrica e que tenha intenção de reproduzir, a fim de discutir procedimentos para a preservação da fertilidade, como o congelamento de esperma", escrevem os autores.


Para Paula Intasqui Lopes, pesquisadora da Unifesp especializada em fertilidade masculina e que não participou do estudo, o tema ainda é controverso.

"São necessários estudos com um acompanhamento mais longo -de mais de um ano, por exemplo- para que possamos saber se o testículo é capaz de se adaptar a essa nova situação e, assim, voltar a trabalhar normalmente, ou se o efeito observado é permanente. Talvez ainda seja cedo para falarmos de preservação da fertilidade dos homens que serão submetidos à cirurgia bariátrica", diz.


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