Municípios de todo o País estão mobilizados em ações para o combate ao Aedes aegypti nesta sexta-feira, 30, quando é realizado o dia D de combate ao mosquito transmissor da dengue, chikungunya e o vírus da zika. Na capital paulista, uma edição da ação já foi realizada no último dia 24 e incluiu imunização da população contra a febre amarela.
Desde o início da semana, segundo o Ministério da Saúde, estão sendo realizadas atividades de conscientização e busca de criadouros do mosquito em todos os Estados. Ao todo, 210 mil unidades públicas e privadas participam do mutirão, incluindo escolas e Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Dados do ministério do início do ano até 10 de novembro apontam queda em duas das três doenças transmitidas pelo Aedes no País. Foram registrados 228.042 casos de dengue neste ano e, no mesmo período do ano passado, foram 226.675. O número de óbitos apresentou queda, passando de 173 mortes (2017) para 136 (2018).
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No ano passado, foram registrados 183.281 casos de chikungunya no Brasil e, neste ano, o número caiu para 82.382. Em relação às mortes, o número passou de 183 para 35. No caso da zika, a queda em relação ao ano passado foi de 54%: de 16.616 casos para 7.544 casos prováveis da doença. Neste ano, duas pessoas morreram.
No Estado de São Paulo, a meta é evitar uma explosão de casos de dengue como ocorreu nos anos de 2015 e 2016, que registraram 678.031 casos e 162.497 casos, respectivamente. Este ano, até 6 de novembro, já foram confirmados 9.181 casos autóctones da doença, superando o número do ano passado, quando houve 6.269 registros. Chikungunya apresentou queda, de 354 casos no ano passado para 209 neste ano. Mas houve aumento de zika, de 121 registros em 2017 para 123 neste ano.
Realizado entre outubro e novembro, o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) foi feito em 638 dos 645 municípios do Estado. Foi constatado que 406 municípios estão em situação satisfatória, 190 estão em alerta e 42 estão em risco.
Coordenador de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde, Marcos Boulos diz que os dados indicam que não há uma infestação significativa de Aedes no Estado e que é fundamental que a população combata o mosquito para que não haja o aumento do número de casos.
"Ainda não achamos que vai ter uma infestação importante, mas todos os municípios precisam colaborar."
Ele destaca que a ação é importante também por causa do aumento da circulação do sorotipo 2 da dengue no Estado. "Isso pode ser uma preocupação se aumentar o número de casos. As pessoas que já tiveram o sorotipo 1 estão imunizadas contra esse tipo, mas existem outros três. Quando se infecta novamente, a tendência é ter casos mais graves."
Segundo o Ministério da Saúde, o sorotipo 2 já é o de maior circulação no País desde o ano passado, quando 29,7% dos casos estavam relacionados ao DENV2 e 22% ao DENV1. Neste ano, a circulação foi de 42,7% de DEV2 e 23,1% de DENV1. Os demais sorotipos ficaram abaixo de 2,3%. Nos anos de 2015 e 2016, o sorotipo 1 predominou, superando 94% dos registros.
Mobilização
A capital está em sua segunda mobilização. No último dia 24, 24 mil profissionais realizaram orientação e remoção de criadouros na cidade de São Paulo. A campanha inclui medidas de conscientização e imunização contra a febre amarela. Com o mutirão, 61,4 mil doses da vacina foram aplicadas e a cobertura vacinal chegou a 59,04%. A meta é atingir 95% da população vacinada.
Até outubro, foram confirmados 505 casos de dengue, 24 autóctones e 30 importados de chikungunya e nenhum caso autóctone e um importado de zika. No ano passado, foram 866 de dengue, 28 autóctones e 115 importados de chikungunya e três autóctones e um importado de zika.