Medidas "antecipadas e agressivas" aplicadas em pessoas propensas a desenvolver diabetes tipo 2 podem reduzir a incidência da doença, afirma um estudo americano publicado na revista Lancet. A pesquisa mostra que essas iniciativas fizeram com que os níveis de açúcar fossem normalizados em mais da metade dos casos que caminhavam para o desenvolvimento da doença.
As pessoas com "pré-diabetes" têm níveis de açúcar acima do normal, mas ainda não podem ser consideradas pacientes da doença. Nesses casos, que muitas vezes ficam sem diagnóstico, há um alto risco também de derrame cerebral ou de enfarte.
Ações como redução de peso e mais exercícios podem reverter essas condições, de acordo com o estudo do Grupo de Pesquisa para a Prevenção da Diabetes dos Estados Unidos. Os pesquisadores tentaram determinar quais são as medidas efetivas no tratamento de prevenção da diabetes 2.
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O objeto do estudo foram quase 2 mil pessoas com pré-diabetes, sendo que algumas estavam passando por tratamento - que inclui mudanças de rotina e remédios - e outras não. Durante os seis anos que a pesquisa durou, os que conseguiram reduzir seus níveis de açúcar, mesmo que por um curto período de tempo, tiveram 56% menos chances de desenvolver a doença.
Leigh Perreault, da Universidade do Colorado e um dos líderes do estudo, afirma que as conclusões clínicas são importantes. "A análise atrai a atenção para a redução de riscos a longo prazo quando alguém com pré-diabetes retoma a regulação normal de glucose", analisa.
Para Natalia Yabukovich, da Universidade McMastar, do Canadá, o estudo sugere claramente que "retomar níveis normais de glucose tem uma grande relevância clínica". "A identificação do regresso da regulação de glucose pode ser uma maneira importante para alertar os pacientes se têm ou não propensão à doença", disse. Segundo ela, tal procedimento é fundamental para orientá-los quanto aos cuidados que devem ter.