Bastante comum, colecistectomia é a retirada da vesícula biliar
Você já ouviu falar da colecistectomia? Com essa nomenclatura, difícil lembrar, não é? Mas se falarmos da cirurgia para retirada da vesícula, aí, claro, fica mais familiar. O procedimento é a solução para um problema que atinge em média 10% da população mundial, a pedra na vesícula. Ela se caracteriza pelo acúmulo de cristais de colesterol na vesícula biliar, causando cólicas e problemas digestivos, e as vezes complicações graves.
O técnico do Palmeiras, Vanderlei Luxemburgo, sofreu uma forte cólica nos últimos dias e precisou passar pelo procedimento na manhã de quinta-feira (25), em São Paulo. Mas ele não é o único. Todos os dias milhares de brasileiros fazem a retirada da vesícula, colocando a cirurgia entre as mais realizadas no país.
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O cirurgião geral Vinícius de Almeida Pelloso, de Londrina, explica que o procedimento é considerado simples na maioria das vezes e é indicado em algumas situações, como por exemplo: inflamação crônica ou aguda da vesícula biliar, diante da presença de cálculos na vesícula ou fora dela (no canal de bile); em caso de pancreatite biliar – inflamação do pâncreas, entre outros.
"Na grande maioria das vezes é por causa de uma crise gerada pela presença de cálculos, sejam eles grandes ou pequenos. A pessoa pode passar bastante tempo com eles e nada sentir, mas quando há cólica, a dor pode ser bastante intensa e necessitar de um procedimento de urgência para retirada, aumentando os riscos”, pontua o especialista.
Segundo o médico, a colecistectomia é uma cirurgia de baixo risco, quando feita via videolaparoscopia. "Trata-se de um procedimento simples, que pode ser feita através do método convencional, com um corte profundo no abdome, ou por vídeo, que é o que temos de mais avançado hoje, com taxa de complicação muito baixa, abaixo de 1%”, acrescenta o cirurgião.
Outra vantagem do procedimento realizado por vídeo é o curto período de recuperação. "Geralmente em 15 dias o paciente já pode voltar às suas atividades normais, inclusive com a prática de atividade física”, diz Pelloso.
Os sintomas da pedra na vesícula incluem dores, geralmente após a alimentação mais rica em gorduras, começa na boca do estômago e irradia para o lado direito superior do abdome. A enfermidade é mais comum em mulheres acima de 40 anos, pacientes obesos e pessoas com histórico familiar da doença.
O diagnóstico é feito por meio de um exame de ultrassom, no qual é possível identificar a quantidade de cálculos e o nível de comprometimento do órgão. "Todo paciente que tem sintomas, como dores, mal estar, estiramento abdominal e confirma a presença nos exames, a indicação é cirúrgica, para a retirada da vesícula”, destaca o cirurgião.
Quando o paciente opta por não realizar a cirurgia, Pelloso alerta para um possível agravamento do quadro. "Pode evoluir para uma colicistite aguda, uma inflamação da vesícula, e aí o paciente pode ser obrigado a retirá-la em um procedimento de urgência, no qual os riscos e as chances de complicações são aumentados”.
A vesícula é responsável por ajuda na digestão de gorduras do intestino, mas sua retirada não causa nenhum prejuízo ao funcionamento do organismo. Após o procedimento o paciente pode levar uma vida normal, sem nenhuma restrição alimentar ou no estilo de vida.
A melhor forma de prevenir a formação de cálculos na vesícula é a adoção de hábitos saudáveis, como a prática de atividade física regular e de uma alimentação balanceada, além de evitar o excesso de álcool e não fumar.