O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, anunciou na manhã desta quinta-feira (22) que Londrina terá um novo projeto-piloto de enfrentamento à dengue.
A estratégia, que será executada em parceria com a Forrest Brasil Tecnologia, consiste em soltar mosquitos Aedes aegypti machos estéreis nos bairros Mister Thomas, na Zona Norte, e no Jamile Dequech, na Zona Sul. A previsão é que os insetos comecem a ser liberados a partir de 10 de julho.
A estratégia adotada prevê que os mosquitos machos irão copular com mosquitos fêmeas, responsáveis pela transmissão da doença, conforme explica Machado. Pelos machos serem estéreis, os ovos resultantes não irão prosperar, ou seja, não vão gerar novos mosquitos. Outro ponto é que não deixam resíduos no meio ambiente.
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Machado também explica que a transmissão da dengue, zika e chikungunya está ligada aos insetos fêmeas, que se alimentam de sangue, enquanto os machos se alimentam de seivas de plantas. "Esses insetos que vamos soltar não picam, então, por mais que haja muitos mosquitos - já que estimamos que, em cada soltura, serão 300 mil - não há risco de as pessoas serem picadas por eles e, muito menos, de contraírem a dengue", declara.
Segundo o secretário de Saúde, os insetos soltos terão, a longo prazo, um papel fundamental para eliminar os mosquitos responsáveis pela transmissão da dengue. "O objetivo é conseguir fazer a substituição gradativa do mosquito normal pelo mosquito estéril, porque, assim, conseguimos diminuir consideravelmente a circulação da doença no município."
O projeto, que deve soltar, até o fim de 2023, cerca de seis milhões de mosquitos nos bairros citados, será avaliado pelos responsáveis técnicos. Caso apresente bons resultados, a medida será estendida por toda a cidade de Londrina.
Os locais de soltura dos insetos foram selecionados após a avaliação de uma série de fatores. De acordo com Machado, o número de casos de dengue nos bairros Mister Thomas e Jamile Dequech, bem como a presença de áreas e terrenos vazios, fizeram com que as localidades fossem escolhidas para o teste.
"Nós precisamos tranquilizar a população da região. O mosquito macho não pica, porque ele não tem condições biológicas para se alimentar de sangue, somente de seiva de plantas", complementa.
Para Machado, em um mês será possível sentir o impacto do projeto-piloto na região. O secretário explica que diversos estudos mostram que o inverno é a melhor época para a implementação de medidas de combate à dengue.
"A expectativa é que, ao longo de seis meses, haja uma redução considerável no número de mosquitos [que transmitem a doença] e de casos de dengue", aponta.
O projeto-piloto que será testado em Londrina já foi aplicado em outras cidades do Paraná. Segundo a Forrest, em Jacarezinho (PR), houve uma redução significativa na infestação e nos casos de dengue em áreas de soltura dos mosquitos estéreis. Em Ortigueira (PR), de acordo com a empresa, o mesmo cenário foi observado.
A DENGUE EM LONDRINA
Até o dia 7 de junho, Londrina acumulava, desde a primeira semana de janeiro deste ano, 21.797 casos positivos de dengue, entre um total de 57.416 notificações por suspeita da doença. Deste total, 7.875 foram descartadas, e 21.744 estavam em processo de análise. O número de óbitos pela doença no município, até a data citada, era de 25.