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Disque-Coronavírus de Londrina passa a oferecer contato com psicólogos

09 mai 2020 às 14:14

Em Londrina, toda pessoa que estiver com sintomas gripais ou respiratórios pode entrar em contato com profissionais de saúde, por telefone, para saber qual procedimento deve adotar. O Disque-Coronavírus funciona desde o final de março pelo número 0800-400-1234, e já atendeu mais de 1.400 ligações. O serviço é resultado de uma parceria da Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, com a UEL (Universidade Estadual de Londrina). E agora, além de orientações sobre Covid-19, a comunidade conta também com psicólogos em atendimento remoto.

As ligações para o Disque-Coronavírus são gratuitas, no telefone fixo e celular, e o atendimento sobre a doença ocorre de segunda a sexta-feira, das 7h às 22h. Além de tirar dúvidas dos pacientes sobre os sintomas de coronavírus, os atendentes informam se é preciso ir até uma unidade de saúde, com base nas informações repassadas.


Também está disponível o chat inteligente Corona AI. Por meio de sistema automatizado com mensagens instantâneas, qualquer pessoa pode tirar dúvidas e obter informações, seguras e confiáveis, referentes ao coronavírus. A plataforma digital funciona 24 horas, no site https://coronaai.uel.br/.


Psicologia para todos


Em abril, o Disque-Coronavírus passou a contar com profissionais de Psicologia para acolherem as ligações feitas por servidores municipais, que estejam enfrentando dificuldades emocionais durante a pandemia. Agora, essa opção foi estendida à população em geral, no mesmo telefone e horário de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.


A psicóloga Rafaela Weidmann, do NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), explica que o canal de comunicação com os servidores foi criado tendo em vista o alto nível de estresse, ansiedade e medo que muitos podem vivenciar nesse momento, por conta da pandemia. "Entendemos que a saúde física e emocional de todos os envolvidos no combate à Covid-19 precisa de uma atenção especial. São pessoas que todos os dias saem das suas casas, deixando seus familiares, para cuidar de outras vidas. E o teleatendimento foi a alternativa viável e mais segura para ofertar esse suporte. Nosso objetivo é garantir esse espaço de acolhimento e escuta qualificada para todos os servidores”, diz.


Rafaela destacou que o apoio oferecido para os servidores reflete em um ganho para a comunidade em geral. "Tem sido uma experiência muito gratificante poder usar nosso conhecimento a favor de pessoas tão importantes. A cada ligação, entendemos que estamos atingindo não só aquele que liga, mas suas famílias e colegas de trabalho. E isso repercute lá na frente, nos atendimentos que eles realizam para a população”, considerou.


Dados


O levantamento realizado pela UEL, de 31 de março a 5 de maio, apontou que o Disque-Coronavírus registrou 1.455 atendimentos no período. Dentre essas chamadas, a maioria é do público feminino, 65%. E, além de Londrina, com 1.399 ligações no total, houve chamadas originadas de outras cidades.


Atuam pela UEL 10 alunos bolsistas, três pós-graduandos orientadores, e sete colaboradores voluntários do curso de Farmácia. Da Secretaria Municipal de Saúde, são cinco médicos. O Município disponibiliza também oito psicólogos do Núcleo de Apoio à Saúde da Família e mais dois residentes, que realizam apoio psicológico, por telefone, principalmente aos servidores municipais.


Para a pró-reitora de Extensão, Cultura e Sociedade da UEL, Mara Solange Gomes Dellaroza, as orientações realizadas pelo Disque-Coronavírus beneficiam tanto a população atendida como os profissionais que executam o serviço. "Para atender a população, os acadêmicos estudam, discutem as orientações, e são muito sensíveis e responsáveis na qualidade da orientação que fazem. Temos a expectativa de que esses alunos e bolsistas levarão essa experiência para suas vidas profissionais, sendo especialmente sensíveis ao sofrimento das pessoas diante de situação como a que vivenciamos. Além disso, treinamos responsabilidade e colaboração. Eles não faltam, porque sabem que a população está à procura deles. Então estamos, ao mesmo tempo, treinando e ensinando habilidades técnicas, conhecimento científico, mas também as habilidades humanas, trabalho em equipe e cooperação”, detalha.


Sobre o retorno que os pacientes obtêm ao contataram o Disque-Coronavírus, a pró-reitora cita a acolhida que é oferecida em cada chamada. "Os usuários se sentem muito acolhidos. Os alunos dão todas as explicações, escutam as ansiedades e procuram a melhor solução. Inclusive, temos a oportunidade de permitir que a pessoa fale imediatamente com um psicólogo ou tenha a consulta remota agendada, o que muitas vezes tranquiliza esse usuário, garantindo a segurança dele nesse momento da pandemia”, complementa.

Segundo a médica de Saúde da Família da secretaria de Saúde, Tais Mayumi Kanayama, que também atende pelo Disque, um dos benefícios do serviço é que os profissionais sanam as dúvidas da população durante a videochamada, sem que o paciente se exponha ao risco de contaminação ou propagação da Covid-19. "Pelo vídeo, podemos tirar as dúvidas do paciente e avaliar se ele tem alguma queixa que necessita ou não do atendimento presencial. Nada substitui uma boa anamnese com exame físico, mas, como a maioria são sintomáticos leves ou apenas querem tirar dúvidas sobre a doença, acabam ficando em casa, seguindo nossas orientações. Os pacientes com sinais de alarme são orientados a procurar as unidades de referência, sendo que, em casos urgentes, acionamos o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência)”, informa.


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