A Organização das Nações Unidas (ONU) advertiu hoje (23) a comunidade internacional que é necessário ampliar os esforços para diagnosticar e tratar cerca de 2 milhões de pessoas no mundo que, de 2011 a 2015, poderão ter tuberculose multirresistente a tratamentos convencionais, chamada de MDR-TB, na sigla em inglês para Multi-Drug-Resistant.
A tuberculose MDR não responde aos medicamentos usados no tratamento convencional da doença e, se não for controlada a tempo, aumenta o risco de propagação, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo Global de Luta contra Aids, Tuberculose e Malária.
Em 2008, 440 mil casos de tuberculose multirresistente foram registrados e 150 mil pessoas morreram. Na véspera do Dia Mundial da Tuberculose, a ONU apelou para os líderes mundiais que redobrem os esforços para diagnosticar e tratar a doença.
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"Muitos países fizeram progressos. Mas, apesar da escala de esforços, o mundo precisa de fazer muito mais para cuidar dos pacientes com MDR-TB", afirmou a diretora-geral da OMS, Margaret Chan. "Não podemos permitir que a MDR-TB se espalhe sem controle."
O diretor executivo do Fundo Global de Luta contra Aids, Tuberculose e Malária, Michel Kazatchkine, afirmou que a tuberculose multirresistente é uma ameaça para todos os países. Segundo ele, é preciso fazer um esforço extraordinário para resolver o problema.
Em 2009, 9,4 milhões de pessoas foram diagnosticadas com tuberculose e 1,7 milhão morreram, incluindo 380 mil pessoas que eram portadoras do vírus HIV. O Brasil integra o grupo dos 22 países em desenvolvimento que concentram 80% dos casos mundiais da doença. Por ano, são notificados cerca de 72 mil casos e de 5 mil mortes por tuberculose.