É comum observar nas ruas, principalmente em parques, a assídua presença de pombos em busca de alimentos. Contudo, o grande erro cometido pelas pessoas é alimentá-los, pois esses animais podem transmitir aos humanos, por meio de um fungo chamado Cryptococcus neoformans, a criptotocose, doença infecciosa provocada especialmente pela inalação de poeira contendo fezes de pombos, segundo o infectologista do Hospital Albert Einstein, Dr. Jacyr Pasternak.
A criptococose não é contagiosa e compromete, sobretudo, o pulmão, ocasionando o mau funcionamento do sistema nervoso central. "Mesmo que o infectado esteja aparentemente saudável, pode desenvolver um quadro de pneumonia, visto que ela pode não apresentar nenhum indício. O surgimento de algumas doenças de pele, como a micose, também é comum, porém, a conseqüência mais grave é a meningite que, se não tratada, leva à morte", alerta o especialista.
Os sinais constantemente observados na enfermidade são dor de cabeça, febre, tosse e sonolência. Como a meningite é a conseqüência mais grave, é necessária atenção máxima quanto às dores na cabeça, visto que inicialmente a dor é passageira. No entanto, com o avanço da doença, a piora é imediata elevando as chances de um quadro de coma.
Leia mais:
Nísia Trindade descumpre promessa de disponibilizar medicamentos de câncer de mama no SUS
Estudo mostra correlação entre perda de músculo e maior risco de demência
Novos planos de saúde poderão ser cancelados com duas mensalidades atrasadas
Saúde confirma morte de homem em decorrência da dengue em Cambé
Os portadores da AIDS representam um elevado risco para o desenvolvimento da criptococose e, embora não haja uma estimativa recente quanto à incidência da enfermidade no País, acredita-se que em 2006, de 10 a 15% dos portadores do vírus HIV contraíram a doença em alguma fase da vida, principalmente entre os homens, por apresentarem mais casos de AIDS do que as mulheres. Entretanto, com o avanço no tratamento dos pacientes com a doença, o número de casos também reduziu.
Eficácia da prevenção
É indispensável a precoce análise clínica do quadro de criptococose, de modo que medidas preventivas como o não contágio com esses animais evitem a evolução. No entanto, mediante a confirmação do diagnóstico, "são realizados testes clínicos e um exame sorológico que medem a presença do fungo no pulmão, no sangue ou em outros órgãos", revela o Dr. Jacyr Pasternak. O tratamento dura, em média, de quatro a seis semanas, e em pacientes com AIDS o acompanhamento é mais longo, fazendo uso de medicação supressiva até a melhora do organismo.
O alerta também é direcionado àqueles que já desenvolveram a patologia e, apesar de não apresentarem um novo episódio, há chances de uma recaída. Embora pareça assustadora, a criptococose é facilmente curável mediante ao cumprimento das recomendações médicas, ainda que manter os pombos distantes seja o melhor caminho.
saudeempautaonline.com.br