Um cirurgião americano apelidado pela imprensa australiana de "Doutor Morte" foi nesta terça-feira declarado culpado pela morte de três pacientes na Austrália.
Jayant Patel, de 60 anos, trabalhou em um hospital no Estado de Queensland (nordeste do país) entre 2003 e 2005, quando as mortes ocorreram.
Ele também foi declarado culpado por lesão corporal dolosa contra um quarto paciente.
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O médico nascido na Índia será sentenciado na quinta-feira.
Antes de chegar à Austrália, Patel havia sido proibido de fazer cirurgias nos Estados americanos de Nova York e Oregon.
Julgamento
O júri de 12 pessoas, reunido na Suprema Corte da cidade de Brisbane, tomou sua decisão após ouvir depoimentos de 75 testemunhas e de realizar 50 horas de deliberações.
Durante as 14 semanas de julgamento, foram revelados casos de operações mal feitas, diagnósticos errados e remoções de órgãos saudáveis.
Enfermeiras disseram que costumavam esconder pacientes de Patel porque não confiavam na qualidade do seu trabalho.
Segundo o jornal The Australian, o médico foi descrito durante o julgamento como detentor de um "ego tóxico".
A promotoria o acusou de decidir às pressas realizar cirurgias complexas demais em pacientes muito fracos para tolerar as intervenções.
Um dos pacientes morreu ao ter o intestino removido desnecessariamente, disse a acusação.
Lágrimas
Patel não admitiu culpa pelos crimes, e seus advogados alegaram que ele agiu de acordo com os interesses dos seus pacientes.
Segundo o Australian, a esposa do médico saiu do tribunal às lágrimas enquanto o marido era levado para uma cela.
O correspondente da BBC em Sydney Nick Bryant disse que o sistema de saúde australiano depende de médicos estrangeiros.
Por conta disso, explicou o correspondente, o caso, que teve ampla cobertura da imprensa do país, despertou preocupações na comunidade com respeito às qualificações e competência dos médicos estrangeiros.