O caso da pequena Isabelly Vitória, de apenas um ano e três meses de idade, ganhou um novo capítulo nesta semana. O bebê, que só pode voltar para casa, em Rolândia (região metropolitana de Londrina), se receber um marca-passo diafragmático, deve continuar internada no Hospital das Clínicas (HC), em Curitiba. O respirador artificial de R$ 500 mil, obtido pelos familiares de Isabelly na Justiça, foi entregue pelo Governo do Paraná para outra criança. A informação foi confirmada ao Bonde pela assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa).
Em nota, a Sesa informou que Isabelly não pode, no momento, realizar a cirurgia para a colocação do marca-passo. "(A criança) receberá o aparelho, mas ainda não está apta a realizar o procedimento cirúrgico, segundo a equipe médica que a atende, visto que recebeu transplante de medula recentemente e precisa estar estabilizada para a cirurgia", explicou a secretaria.
A pasta garantiu, também, que a decisão por atender a outra criança foi baseada em "ato médico". "A paciente em questão já tinha todos os exames realizados e estava apta a realizar a cirurgia, que havia sido previamente marcada, antes mesmo da demanda judicial em favor de I.V.", completou. Ainda conforme a Sesa, o marca-passo foi fornecido a uma equipe médica vinda de São Paulo e a cirurgia realizada na última semana de novembro, no Hospital Pequeno Príncipe.
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"A Secretaria de Estado da Saúde está solicitando à Justiça maior prazo para aquisição do marca-passo diafragmático para a paciente I.V., visto que somente uma empresa tem exclusividade de fornecimento do aparelho e ela solicita prazo de entrega superior aos 10 dias determinados pelo juiz", concluiu a Sesa na nota.
Os familiares de Isabelly lamentaram a situação no Facebook. Por meio do perfil, eles disseram que a secretaria vai demorar alguns meses para atender o bebê com o marca-passo. "A Isabelly não tem esse tempo", lembrou a família.
A situação delicada de Isabelly Vitória está sendo acompanhada por milhares de pessoas em todo o Paraná. Um grupo delas deve fazer um protesto contra a decisão da Secretaria Estadual de Saúde no sábado (6), a partir das 10h, no calçadão de Londrina.
Histórico
A criança foi internada em dezembro do ano passado com uma doença grave, que impedia que o organismo dela produzisse anticorpos e mecanismos de defesa contra outras patologias.
Isabelly passou alguns meses sendo tratada no Hospital Infantil de Londrina, e só foi transferida para o Hospital das Clínicas da capital, em junho deste ano, também por conta de uma decisão da Justiça. No HC, a criança recebeu a medula da mãe e deu início a uma recuperação significativa.
No entanto, ela só pode retornar para casa após receber o marca-passo diafragmático. A menina necessita do respirador artificial por conta de uma lesão em um dos pulmões.