O secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto anunciou ontem (12/8), a realização de um mutirão de cirurgias ortopédicas em Londrina, ainda no mês de setembro, com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), repassados pelo Governo Federal. O secretário assumiu o compromisso do mutirão durante audiência em Curitiba, com os vereadores que integram a Comissão de Seguridade Social do Legislativo Londrinense, deputados estaduais, conselheiros municipais e gestores dos hospitais públicos e filantrópicos da cidade.
Segundo a vereadora Lenir de Assis (PT), presidenta da Comissão de Seguridade Social, o secretário informou que buscará os recursos financeiros para a atividade, mas caberá ao município fazer o chamamento público para contratar prestadores de serviço que realizarão as cirurgias eletivas. De acordo com a vereadora, Michele Caputo garantiu que pretende se valer de programa do governo federal que paga 81% mais por procedimento, para permitir que o município possa atrair mais interessados à iniciativa.
Dossiê da crise - A solicitação de uma reunião com o secretário estadual de saúde foi resultado de audiência pública realizada na Câmara de Vereadores no mês de junho, oportunidade na qual foram discutidos os principais problemas enfrentados na área de saúde pela população da cidade. Naquela ocasião foram apresentados 18 pontos críticos no setor da saúde pública, com destaque para a área de ortopedia, fato de motivou reuniões posteriores de uma comissão de trabalho formada por representantes de diversos segmentos.
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Após encontros regulares durante pelo menos 30 dias, a comissão deliberou pela elaboração de um dossiê que foi entregue ontem secretário de Saúde, contendo um diagnóstico dos problemas do setor e as propostas para enfrentamento da crise, agravada pela suspensão do convênio, no primeiro semestre deste ano, entre a Prefeitura de Londrina e o Hospital Ortopédico. No documento constata-se que existem 18.650 pessoas na fila de espera para consultas na área de ortopedia em Londrina; outras 2.227 aguardam cirurgia dessa especialidade, sendo 1.320 pacientes apenas no Hospital Universitário (HU).
Mais médicos – Diante desta situação, outra medida anunciada ontem pelo secretário Michele Caputo foi a contratação imediata de quatro médicos ortopedistas para o Hospital Anísio Figueiredo (Hospital da Zona Norte), além do treinamento de técnicos das diferentes áreas e aquisição de equipamentos, para que em breve aquela unidade se torne referência regional na especialidade. Os novos profissionais serão contratados por meio do Consórcio Intermunicipal do Médio Paranapanema (Cismepar).
Aliás, segundo a vereadora Lenir de Assis, o governo do Estado também pretende construir em Londrina um Centro de Especialidades Médicas no terreno doado recentemente ao Cismepar, exatamente onde funcionava o estacionamento da entidade, às margens da avenida Leste-Oeste. Com relação às reivindicações de melhorias para o Hospital Universitário (HU), o secretário de Saúde se comprometeu em analisar a situação do hospital após a posse do novo secretário de Ciência e Tecnologia do Estado, pasta a qual a instituição está subordinada.
Novo convênio - A vereadora Lenir de Assis informou que parte das reivindicações apresentadas ao Estado foram atendidas e que a partir de agora o grupo deve cobrar da secretaria municipal de Saúde, agilidade na retomada de convênio na área de ortopedia com novos prestadores de serviço, para preservar o atendimento à população. "A secretaria municipal de Saúde tem de fazer um chamamento público urgente e assinar, o mais rápido possível, um novo convênio. Se não for possível com o Hospital Ortopédico, que seja outro prestador de serviços de saúde", cobrou a vereadora.
A audiência o secretário de saúde do Estado Michele Caputo contou com a participação dos vereadores Vilson Bittencourt (PSL) e Tio Douglas (PTB), também integrantes da comissão de Seguridade do Legislativo; os deputados estaduais Tercílio Turini (PPS) e Gilberto Martins (PMDB); os conselheiros municipais Rosalina Batista e Ildo Ioris; o representante da secretaria municipal de Saúde, Felipe Guanaes; a superintendente do Hospital Universitário (HU), Margarida de Fátima Carvalho e o diretor da Irmandade Santa Casa de Londrina (Iscal), Fahd Haddad.