Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Entenda

Expansão do cérebro humano determinou também sua deterioração

Reinaldo José Lopes - Folhapress
31 ago 2024 às 11:00
- Pexels
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

O mesmo processo que permitiu a grande expansão do tamanho do cérebro humano ao longo da milhões de anos também deixou nossa espécie muito mais vulnerável à degeneração cerebral que ocorre durante o envelhecimento, indica um novo estudo.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Leia mais:

Imagem de destaque
Sistemas

92% dos estabelecimentos de saúde brasileiros estão digitalizados, diz pesquisa

Imagem de destaque
Doença viral

Primeiros casos de Mpox são confirmados em Londrina

Imagem de destaque
Novos imunizantes

Novas vacinas contra tuberculose esbarram em subfinanciamento de pesquisas

Imagem de destaque
Entenda

Infarto pode ser confundido com ataque de pânico?

O trabalho chegou a essa conclusão comparando detalhes da anatomia do órgão em pessoas, chimpanzés (os parentes vivos mais próximos do Homo sapiens) e duas espécies de macacos de parentesco mais distante conosco, os babuínos e resos.

Publicidade


Segundo a análise, embora os chimpanzés já apresentem algum grau de atrofia no cérebro conforme envelhecem, o processo é bem mais acentuado nos membros da nossa espécie, e afeta de forma mais intensa justamente as áreas que passaram por uma expansão maior nos últimos 7 milhões de anos, depois que a linhagem que daria origem aos seres humanos se separou da dos grandes macacos africanos.


Detalhes da pesquisa acabam de sair em artigo na revista especializada Science Advances. O trabalho foi coordenado por Sam Vickery e Felix Hoffstaedter, ambos ligados à Universidade Henrich Heine, na Alemanha, e contou ainda com a participação de pesquisadores da Universidade do Texas, nos EUA, local onde foram feitas as análises cerebrais de chimpanzés. O estudo foi completamente não invasivo -os primatas, que vivem num centro especializado para cuidar deles em cativeiro, passaram por exames de ressonância magnética idênticos aos que são feitos com seres humanos.

Publicidade


O cérebro do Homo sapiens tem volume cerca de quatro vezes maior que o dos chimpanzés (cerca de 1.200 cm³ versus 300 cm³, respectivamente). Já se sabe há muito tempo que essa diferença de tamanho não vem de um aumento geral e proporcional de todas as áreas cerebrais, como se o órgão humano fosse apenas uma "versão GG" do símio.


Algumas regiões da anatomia cerebral foram privilegiadas por esse crescimento, em particular o chamado córtex pré-frontal -localizado, grosso modo, na região da testa, e importante para a complexidade do repertório comportamental humano, afetando capacidades de autocontrole e planejamento de longo prazo, entre outras coisas.

Publicidade


O córtex pré-frontal é também uma das últimas regiões do cérebro a amadurecer, frequentemente depois dos 20 anos de idade, e uma das primeiras a serem afetadas por problemas neurodegenerativos, como o mal de Alzheimer.


É por isso que alguns pesquisadores defendem uma hipótese resumida pela frase "o último que entra é o primeiro que sai". A ideia é que, justamente por ser uma "cereja do bolo" evolutiva, com desenvolvimento mais complexo e frágil, essas regiões também seriam mais vulneráveis ao longo do ciclo de vida humano.

Publicidade


Para testar essas ideias, os pesquisadores examinaram os processos de deterioração da chamada matéria cinzenta do cérebro, parte do órgão rica nas estruturas principais dos neurônios. É algo que acontece naturalmente com o envelhecimento, embora esse processo seja mais curto com os chimpanzés, cuja expectativa de vida em cativeiro dificilmente chega aos 60 anos. Por isso, para que a comparação fosse coerente com níveis de envelhecimento similares, os pesquisadores não incluíram no trabalho pessoas com mais de 50 anos de idade.


Os dados comparativos revelaram, de um lado, que não houve uma tendência de aumento dos danos neurológicos no envelhecimento quando o cérebro de tamanho equivalente ao dos macacos menores (resos e babuínos) se tornou similar ao dos chimpanzés. No entanto, foi exatamente isso o que aconteceu quando o cérebro humano cresceu muito mais do que o nível visto nos grandes símios -um processo que ganhou fôlego um pouco antes de 1 milhão de anos atrás, grosso modo.


As razões para isso não estão claras. Uma possibilidade é o fato de que as áreas com maior crescimento cerebral incluem regiões com alta densidade de conexões entre neurônios. Por isso, seriam mais vulneráveis diante das perturbações do envelhecimento.


Imagem
Em Londrina, casos confirmados de coqueluche aumentam 125%
Londrina quase dobrou o número de casos confirmados de coqueluche em cerca de duas semanas. Se no dia 15 de agosto eram oito positivações para doença, agora são 18, conforme divulgado nesta quinta-feira (29) pelo secretário municipal de Saúde
Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo