O secretário municipal de Saúde, Mohamad El Kadri e da diretora da 17ª Regional de Saúde, Teresinha de Fátima Sanchez, participam da sessão desta terça-feira (19) da Câmara Municipal de Londrina com o objetivo de prestar esclarecimentos sobre o cancelamento do repasse, por parte do governo estadual, da verba que seria destinada à construção do Hospital da Zona Oeste de Londrina. O cancelamento dos recursos de R$ 25 milhões para o exercício fiscal deste ano foi oficializado em publicação no Diário Oficial do Estado no último dia 8. O secretário e a diretora vão até o Legislativo após convite da Comissão de Seguridade Social da Casa.
Pelo decreto, a verba que viria para o município será transferida para o Hospital do Trabalhador, de Curitiba, e para o Hospital Universitário (HU) de Maringá. Em nota, a assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), esclareceu que a construção do Hospital da Zona Oeste está entre as prioridades do Governo do Estado e o recurso está garantido, mas a adequação orçamentária foi necessária porque o órgão aguarda a efetiva liberação de terreno em Londrina para iniciar o projeto de execução da nova unidade hospitalar. Na verdade, segundo a nota, o terreno mais adequado pertence a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC) e está localizado no Campus Londrina da Universidade, que já estuda alternativas legais para a cessão da área ao Estado.
Antiga reivindicação - As discussões em torno da construção do hospital da zona Oeste estão na agenda dos vereadores de Londrina desde o ano passado, porque representa uma antiga reivindicação dos moradores daquela região da cidade. No início de novembro os integrantes da Comissão de Seguridade, acompanhados de lideranças políticas locais, reuniram-se com o governador Beto Richa (PSDB), em Curitiba, para discutir formas de viabilizar a obra. Na época o governador prometeu se empenhar para viabilizar recursos e tornar o projeto possível.
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O presidente da Comissão de Seguridade Social da Câmara, vereador Gustavo Richa (PHS), lamentou o fato da Secretaria Estadual de Saúde ter divulgado na imprensa que tratou-se de uma manobra orçamentária natural e que Londrina não perdeu a viabilidade da obra. "Não é assim que funciona, temos que dar explicações. São R$ 25 milhões para melhorar a saúde no município, setor que a população mais cobra melhorias. Dizer que perder uma verba como esta é normal nos causa estranheza", afirmou o vereador.
Já para a vice-presidente da Comissão de Seguridade, Lenir de Assis (PT), se a possibilidade de perda dos recursos tivesse sido divulgada, talvez a manobra orçamentária não tivesse sido concretizada. "Fomos pegos de surpresa com a notícia de que estes recursos não virão mais para Londrina. Se a existência deste risco tivesse sido socializada com a comunidade, este dinheiro poderia ter tido outro destino dentro do município, como os serviços de saúde já existentes, que encontram-se em situação caótica", lembrou Lenir, citando as dificuldades enfrentadas pelo Hospital Universitário (HU) de Londrina.
Também integrante da Comissão de Seguridade, o vereador Vilson Bittencourt (PSL), por sua vez, confessou que estava otimista em relação à construção do hospital no terreno da PUC. "Tudo indicava que iria dar certo, o processo estava bem adiantado, por isso ficamos tranquilos. De repente vem esta bomba. Queremos agora saber se existe possibilidade de fazer um estorno desta verba para a cidade, com o objetivo de atender as necessidades de nossos hospitais", disse Bittencourt.