A tireoide é uma glândula em formato de borboleta, que fica localizada na base do pescoço, à frente da traqueia e abaixo da cartilagem conhecida como pomo-de-adão. É responsável por produzir os hormônios T3 (triiodotironina) e o T4 (tiroxina), além de regular a função de importantes órgãos - como o coração, o cérebro, fígado e rins.
"A glândula produz hormônios que são importantes para o metabolismo de todas as células do corpo, podendo interferir de maneira positiva ou negativa no funcionamento de todos os órgãos", relata o endocrinologista, Dr. André Vianna.
Quando a tireoide não está funcionando adequadamente pode liberar hormônios em excesso ou em quantidade insuficiente. No hipertireoidismo, que é o excesso da liberação de hormônios, o paciente pode apresentar irritabilidade, emagrecimento, alterações nos olhos, sudorese, taquicardia, arritmias cardíacas, e insônia. "São sintomas que podemos caracterizar como agitado, hiperativo", alerta o médico.
Leia mais:
Famílias que ganham até R$ 1.200 por mês usam 82% dos recursos aplicados no SUS
Novo plano para combater câncer de colo do útero tem foco em rastreio e vacina
Brasil registra mais de 11 mil partos resultantes de violência sexual, diz pesquisa
Sesa reforça gratuidade dos serviços ofertados pelo SUS
No caso de hipotireoidismo, a falta de hormônios da tireoide, pode causar inchaço, ganho de peso, lentidão do pensamento e do raciocínio, mal funcionamento do ritmo intestinal, alteração nas unhas, cabelos, pele seca e descamativa, aumento de colesterol entre outros sintomas. O paciente fica hipoativo, "devagar".
"Muitas pessoas diagnosticadas e tratadas com depressão, na verdade podem apresentar hipotireoidismo, pois os sintomas são muito semelhantes ao da doença, e o que caracteriza é o desânimo e apatia", diz o endocrinologista.
Problemas relacionados com o funcionamento da tireoide são mais comuns de ocorrerem depois dos 35 anos e com maior frequência em mulheres. Para cada paciente homem, por exemplo, existem pelo menos oito mulheres com algum tipo de alteração nessa glândula.
O endocrinologista do HNSG, explica que as principais causas de hipotireoidismo e hipertireoidismo são as doenças autoimunes. No hipotireoidismo, a doença conhecida como tireoidite de Hashimoto, provoca a destruição gradual da glândula, pelo próprio sistema imune do organismo.
"Não se sabe ao certo o que desencadeia esse processo, mas ele é mais comum em mulheres e pode acontecer em pessoas da mesma família", afirma o médico. "Já no hipertireoidismo os anticorpos, antes de destruírem a glândula, provocam um estímulo excessivo para a produção de hormônios que pode durar muitos anos em constante hiperatividade", complementa o endocrinologista.
Tratamento
Em ambos os casos o tratamento deve ser realizado assim que o paciente é diagnosticado. No hipotireoidismo, deve ser feita a reposição do hormônio que a tireoide deixou de fabricar. Como dificilmente a doença regride, ele deve ser tomado por toda a vida, mas os resultados são muito bons. No hipertireoidismo, o tratamento pode incluir medicamentos, iodo radioativo e cirurgia e depende das características e causas da doença. Deve começar logo e ser prescrito, principalmente na terceira idade, a fim de evitar a ocorrência de arritmias cardíacas, hipertensão, fibrilação, infarto e osteoporose.
Diagnóstico
Para investigar se o organismo possui algum desequilíbrio hormonal, relacionado com a tireoide, o médico sugere acrescentar a dosagem do TSH. Segundo o endocrinologista, Dr. André Vianna, esta é a melhor maneira de saber se a glândula tireoide está funcionando bem. "Como os sintomas de hipo ou hipertireoidismo são facilmente confundidos com os sintomas de outras condições, a melhor maneira é dosar o hormônio TSH", explica o especialista.
Um dos problemas mais frequentes da tireoide são os nódulos, que não apresentam sintomas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia, estima-se que 60% da população brasileira tenha nódulos na tireoide em algum momento da vida. Mas isso não significa que sejam malignos. Apenas 5% dos nódulos são cancerosos. Porém o reconhecimento deste nódulo, pode salvar a vida da pessoa e o autoexame, é muito importante.
O exame deve ser realizado da seguinte maneira:
Olhe-se no espelho de frente e localize a região logo abaixo daquela saliência na garganta, popularmente conhecida como "pomo-de-adão". Sua glândula tireoide está situada aí.
Incline a cabeça para trás, de forma a expor essa região do pescoço.
Beba um pouco de água.
Quando você engolir a água, a tireoide vai subir e descer. Observe esse movimento e tente perceber alguma saliência ou inchaço na glândula.
Repita o teste se você tiver alguma dúvida, e procure o médico.