Os servidores que trabalham nos hospitais geridos pelo Governo do Paraná se reúnem em assembleia na manhã deste sábado (7) em Guarapuava, Centro-Sul do estado, para discutirem a possibilidade de entrar em greve a partir da próxima semana. O encontro será coordenado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Pública do Estado (SindSaúde) do Paraná. Assim como em outras categorias estaduais, a discussão sobre a possibilidade de paralisação será motivada pela falta de pagamento do terço de férias dos servidores em dezembro e também por conta do "pacotaço" de medidas enviado à Assembleia Legislativa pelo governo na última semana, que prevê cortes nas gratificações do funcionalismo e mudanças na previdência. "O governador Beto Richa está arrastando o funcionalismo estadual para a greve geral", destacou a diretora do SindSaúde, Elaine Rodela, em entrevista ao Bonde nesta sexta-feira (6).
Segundo ela, a pauta de reivindicações dos servidores da saúde já era extensa e ficou ainda maior por conta do "pacotaço" de Richa. "Queremos a correção no nosso plano de carreira, prometida pela Secretaria Estadual de Saúde para 2014, mas que, até agora, não aconteceu. Pedimos, ainda, pelo pagamento da hora-extra e do auxílio-alimentação referentes ao mês de janeiro e por uma política mais efetiva voltada à saúde dos servidores", listou. Elaine contou que alguns funcionários chegaram a pegar tuberculose nos hospitais estaduais. "Ninguém faz nada para preservar a nossa saúde e ainda reclamam quando pegamos atestado médico", argumentou.
Caso seja aprovada, a greve dos servidores da Saúde afetará os hospitais da Zona Norte (HZN) e da Zona Sul (HZS) de Londrina. Mais de 600 servidores (300 em cada instituição) podem cruzar os braços na cidade.
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A categoria também promete protesto para a próxima terça-feira (10), com o objetivo de pressionar a Assembleia Legislativa pela não-aprovação do "pacotaço" do Governo Estadual. "Vamos ver se os deputados têm autonomia mesmo ou se eles vão rezar a cartilha do governador", destacou Elaine.