Um homem morreu com tumores formados por tecidos cancerígenos de um verme parasita que cresceram em seus órgãos, de acordo com médicos. O paciente tinha HIV e seu sistema imunológico fragilizado permitiu que o câncer-parasita crescesse.
O raro caso foi diagnosticado por uma parceria entre os Centros de Controle e Prevenção de Doenças nos Estados Unidos (CDC na sigla inglesa) e o Museu de História Natural do Reino Unido. Médicos disseram que o caso, detalhado na publicação científica New England Journal of Medicine, era "maluco" e incomum. Médicos colombianos tentaram diagnosticar o que afetava o homem de 41 anos em 2013.
Ele aparentava ter tumores normais, alguns com mais de 4 cm de comprimento, em seus pulmões, fígado e outros locais do corpo. Mas uma avaliação mais detalhada mostrou que as células cancerígenas claramente não eram humanas - elas tinham apenas um décimo do tamanho usual das células humanas. "Não fazia sentido", disse Atis Muehlenbachs, que analisou o caso nos Centros de Controle nos EUA.
Leia mais:
Pimenta diz não ver necessidade por ora de afastamento de Lula da Presidência após cirurgia
Com 1.176 casos de dengue, regional de Londrina lidera registros de dengue no Paraná
Lula evoluiu bem à cirurgia, está estável e conversa normalmente, dizem médicos
'Presidente encontra-se bem', diz boletim médico após cirurgia de Lula
Ele considerou diversas hipóteses, como a de que as células humanas cancerígenas terem encolhido ou que se tratava de uma infecção recém-descoberta. Ao final, testes moleculares identificaram altos níveis de DNA de tênia nos tumores e a reação de Muehlenbachs foi de "descrença total".
"Esse foi o caso mais incomum, me deixou acordado várias noites. Era para ser uma decisão óbvia entre câncer ou uma infecção, mas não conseguir distinguir isso por meses foi muito incomum."
O estado do paciente já estava avançado demais quando os médicos identificaram a causa de seus tumores e ele morreu três dias após o DNA do parasita ser descoberto.
Verme único
O tecido em questão veio de uma espécie de verme, a Hymenolepis nana, também conhecido como tênia-anã - especialidade de Peter Olson, do Museu de História Natural. "Há algo muito especial nessa espécie porque ela consegue cumprir todo seu ciclo de vida em apenas um hospedeiro e isso é completamente único", disse ele à BBC. Cerca de 90% do corpo do verme é dedicado à reprodução, já que expele milhares de ovos no intestino todos os dias.
Acredita-se que, em vez de o verme desenvolver um câncer, um desses ovos penetrou na mucosa intestinal, passou por mutação e acabou se tornando cancerígeno. "Elas (as células) estavam se dividindo e proliferando de forma descontrolada e é isso que define um câncer. Eram células de um tumor de parasita", disse Olson.
(com informações do site BBC)