O Hospital Pequeno Príncipe de Curitiba fez, no ano passado, o atendimento de 374 crianças e adolescentes vítimas de violência e maus tratos: mais de um atendimento por dia. Por atender os casos, a entidade mantém, desde 2006, a campanha "Pra Toda Vida – A Violência não Pode Marcar o Futuro das Crianças".
Por meio da iniciativa, o hospital fornece conteúdo para ajudar na identificação de possíveis maus tratos para que parceiros – escolas, instituições e empresas – possam imprimir cartilhas sobre o que fazer para enfrentar o problema. O manual, já distribuído a mais de 60 mil pessoas, auxilia profissionais da área da saúde – médicos, dentistas e enfermeiros –, professores e outros que têm contato frequente com crianças e adolescentes, a identificar e classificar os tipos de violência, orientando para a denúncia e lembrando que ela é anônima.
Anualmente, o hospital contabiliza os números da violência, gerando índices sobre os tipos de violências mais cometidas e também sobre como são praticadas. Os resultados são divulgados no Dia Nacional de Combate à Violência, Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. Em 2010, dos 330 atendimentos, quase 68% foram de violência sexual (224 casos).
Leia mais:
Ministério da Saúde amplia de 22 para 194 serviços voltados à população trans no SUS
Um sucesso, diz médico de Lula sobre procedimento na cabeça para evitar novos sangramentos
Opas se preocupa com aumento de casos de dengue, oropouche e gripe aviária nas Américas
Presidente Lula fará procedimento endovascular nesta quinta
Entre as estatísticas de agressão sexual registradas pelo Pequeno Príncipe, outro dado alarmante é a recorrência da violência. Em 34% dos casos, não foi a primeira vez que a agressão ocorreu. Destes, quase 30% eram crônicos. Vale lembrar que, além da violência sexual, que normalmente é a que mais choca, os maus tratos contra crianças e adolescentes são caracterizados por negligência, violência psicológica e física.
COMO DENUNCIAR – As denúncias anônimas podem ser feitas de diversas maneiras. O número do Disque Denúncia Nacional é o 100 e o do Disque Denúncia Estadual é o 181. A Prefeitura de Curitiba também atende pelo 156. Em Londrina, o número direto do Conselho Tutelar é o 125.