Referência em procedimentos de alta complexidade, o Hospital Universitário (HU) de Londrina inovou mais uma vez com um procedimento inédito no fim de julho. O esforço de uma equipe de nove médicos trouxe ao HU sua primeira substituição de válvula aórtica transapical.
Com técnica pioneira pelo SUS na região, o procedimento durou 40 minutos e surpreendeu até mesmo a equipe pelos ótimos resultados obtidos. O problema que geralmente é tratado com cirurgia invasiva, de peito aberto, foi resolvido com o uso da técnica de incisão transpical, em que dois cortes estratégicos são feitos para obter acesso ao órgão. Pelo método, o coração do paciente continua bombeando sangue durante todo procedimento, não havendo a necessidade de bombeamento artificial.
A paciente, de 71 anos, já fazia acompanhamento cardiológico no hospital há alguns anos. Ao saberem da necessidade de intervenção cirúrgica, os médicos se viram em um impasse, já que o método tradicional seria invasivo demais para a paciente. "O estreitamento da válvula aórtica é comum com o envelhecimento", explicou médico hemodinamicista, Milton Neves. O método transapical surgiu então como uma alternativa para solucionar o problema. A técnica é de alta complexidade e ainda não tem cobertura pelo SUS. No HU, a cirurgia foi financiada pela própria instituição, visto o potencial acadêmico do caso.
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A equipe relata que o pós-operatório foi tão tranqüilo quanto o procedimento em si. Após permanecer em observação por cinco dias, a paciente já teve alta, e continua sua recuperação em casa. No procedimento mais invasivo, o tempo de internação poderia se estender por cerca de 20 dias.
Além de dois médicos da hemodinâmica, participaram da cirurgia dois anestesistas, dois cirurgiões, dois residentes da cardiologia com professor, além da equipe de enfermagem. O cirurgião cardíaco Carlos Gaia, convidado de São José do Rio Preto e especialista na válvula que foi no procedimento, também estava presente para ensinar a técnica ao grupo.