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Saúde da criança

Incor desenvolve dispositivos de assistência cardíaca para crianças

Agência Fapesp
10 jan 2014 às 18:00
- Divulgação
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Crianças em estágios avançados de insuficiência cardíaca e na fila por um novo coração nos hospitais do país poderão receber, nos próximos anos, um coração "extra" para suportar o tempo de espera até a chegada de um doador.

Pesquisadores do Instituto do Coração (Incor) estão desenvolvendo Dispositivos de Assistência Ventricular (DAVs) capazes de servir de "ponte" enquanto os pacientes pediátricos aguardam o transplante. Um dos aparelhos, voltado a crianças com até 15 quilos, deverá entrar em fase de testes clínicos no Incor já nos próximos meses.

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Outro instrumento, desenvolvido por meio de um Projeto Temático, realizado com apoio da FAPESP e direcionado a crianças com até 35 quilos, está em fase de desenvolvimento.

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"Os dispositivos poderão servir tanto de ponte para pacientes pediátricos esperarem pelo transplante, como para dar assistência circulatória mecânica por alguns meses para aqueles internados com cardiomiopatias graves, que não respondem a outras terapias médicas e com uma diminuição importante da capacidade de o coração bombear sangue para órgãos vitais", disse Idágene Cestari, diretora da Divisão de Bioengenharia do Incor e coordenadora do projeto.

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Os equipamentos serão paracorpóreos (implantados fora do corpo) e auxiliarão o coração dos pacientes a realizar o bombeamento do sangue. De acordo com Cestari, é por isso que são chamados de dispositivos de assistência ventricular – e não coração "artificial", como os que substituem e realizam a função do órgão.


"Essa é uma diferença importante dos DAVs em relação ao coração artificial, porque o coração é mantido em atividade e o dispositivo trabalha de modo a auxiliar o órgão a realizar a circulação sanguínea", explicou.

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Os dispositivos permitem dar assistência tanto ao ventrículo esquerdo como ao direito ou a ambos simultaneamente, e são constituídos por uma bomba com duas câmaras – uma de sangue e outra pneumática – ligadas a cânulas de silicone, que serão suturadas nas estruturas cardíacas e exteriorizadas na região abdominal do paciente.


À medida que o sangue do paciente preenche a câmara de sangue, um pulso de pressão é enviado para a câmara pneumática, que faz com que o sangue retorne para o paciente, realizando desta forma o trabalho do coração e restabelecendo a pressão e a circulação sanguínea.

"Só existe um dispositivo pulsátil desse tipo, aprovado para uso clínico em pacientes pediátricos nos Estados Unidos em dezembro de 2011, que é fabricado por uma empresa alemã e é inviável para nós, no Brasil, em razão de seu custo, em torno de R$ 250 mil. Pretendemos desenvolver DAVs para uso em pacientes pediátricos no Brasil que possam ser integrados à nossa prática médica", disse Cestari.


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