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Após estupro

Justiça nega eutanásia a mulher em coma desde 73

BBC Brasil
07 mar 2011 às 10:48

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A Suprema Corte da Índia negou um pedido para pôr fim à vida de Aruna Shanbaug, uma enfermeira que está em estado vegetativo há 38 anos.

Shanbaug ficou paralisada e sofreu danos cerebrais após ser estuprada e estrangulada com uma corrente por um faxineiro do hospital onde ela trabalhava, em 1973.

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O pedido para que ela não fosse mais alimentada foi feito pela jornalista Pinki Virani, que escreveu um livro sobre a história da enfermeira.

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Mas depois de analisar relatos submetidos por médicos, a Suprema Corte decidiu que ela deve continuar viva.

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Decisão histórica


Ainda que a eutanásia não tenha sido aceita no caso de Shaunbag, pela primeira vez na história do país a Justiça decidiu que a realização de "eutanásia passiva" poderá ser permitida em alguns casos, no futuro, se o pedido for feito por médicos.

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"A eutanásia ativa é ilegal", disse o tribunal, em uma referência ao suicídio assistido com uso de medicação.


"Eutanásia passiva (quando há a remoção de alimentos, água e auxílio de máquinas) é admissível, mas deve ser feita sob a supervisão dos Tribunais Superiores."

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A decisão já está causando polêmica na Índia.


'Estado deteriorado'

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Em seu pedido pela eutanásia passiva no caso de Shanbaug, Virani alegou que a enfermeira está "em estado vegetativo persistente" há 37 anos e é "praticamente uma pessoa morta".


Ela também dizia que os pais de Shanbaug morreram muitos anos atrás e outros parentes não mantiveram contato com ela.

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Aruna Shaunbag é alimentada duas vezes por dia por enfermeiras no hospital KEM, em Mumbai.


Em seu livro, Virani descreve como o estado de Shanbaug vem se deteriorando ao longo dos anos.

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"Seus dentes estão apodrecendo, o que causa imensa dor. A comida precisa ser amassada e oferecida em forma semi-sólida. Ela engasga com líquidos."


As autoridades do hospital onde Shanbaug está internada há 37 anos disseram que ela "aceita alimentos de forma normal e responde com expressões faciais", além de reagir a "comandos de forma intermitente emitindo sons".


Segundo o jornal Hindustan Times, o conselheiro do hospital KEM Pallav Sisodia fez um apelo emocionado durante o julgamento, dizendo que a instituição está disposta a cuidar de Shanbaug.


"Não houve uma só ferida em seu corpo nos últimos 37 anos. A equipe de enfermagem é muito ligada a ela", disse ele.

O homem que atacou Shanbaug foi condenado a sete anos de prisão por tentativa de roubo e de assassinato.


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