O diretor-clínico do Hospital da Zona Sul (HZS) de Londrina, Aparecido Andrade, negou que houve negligência médica durante o atendimento da adolescente Carolyn Cauane da Silva Costa, de 15 anos. A jovem morreu na unidade na última sexta-feira (18), quatro dias depois de se acidentar na PR-445 e também ser encaminhada ao HZS com fortes dores, mas liberada sem a realização de exames, apenas com uma receita para remédio para dor.
"Não realizamos os testes por que a adolescente não apresentava sintomas que exigissem isso. Ela chegou ao hospital consciente, orientada e foi classificada como paciente de baixo risco. Não tinha sinais de qualquer fratura ou trauma. É por isso que foi atendida e liberada", argumentou o diretor em entrevista à rádio CBN Londrina.
Carolyn morreu após sofrer três paradas cardiorrespiratórias. No dia de sua morte, segundo Andrade, ela passou por exames. "Ela chegou se queixando de dores na barriga, foi atendida pelo neurologista e por ter sido vítima de um acidente há poucos dias passou por uma avaliação. A adolescente sofreu a parada e morreu neste intervalo, enquanto analisávamos o resultado dos exames", explicou.
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O diretor-clínico disse que não vê relação entre o acidente sofrido pelo adolescente e o óbito dela.
Familiares da garota contaram, ainda, que o médico responsável pelo atendimento não assinou o prontuário dela. O documento teria sido assinado pelo diretor-geral do HZS, Weber de Arruda Leite. "É normal isso acontecer em casos de urgência", confirmou Andrade.
Outra questão denunciada pelos familiares de Carolyn envolve a demora do Instituto Médico Legal (IML) em recolher o corpo da adolescente do hospital. Eles alegaram que os funcionários do HZS só avisaram o órgão depois das 21h da última sexta-feira, quase sete horas depois de o óbito ser constatado. "Não posso responder o que aconteceu, por que eu não sei. Provavelmente houve alguma falha de comunicação entre as duas partes", limitou-se a dizer o diretor.
A família da adolescente registrou um boletim de ocorrência contra o HZS. O caso também está sendo investigado pela Secretaria Estadual de Saúde.
O laudo do IML, que aponta o que motivou a morte de Carolyn, está passando por análise em Curitiba. O exame ainda não foi liberado aos familiares da garota.