Transmitida pelo contato direto interpessoal ou pelo uso de objetos como bonés, escovas de cabelo ou pentes de pessoas contaminadas, a pediculose da cabeça é uma doença parasitária causada pelo piolho (pediculus humanus var capitis). A doença pode atingir qualquer pessoa, mas principalmente crianças e mulheres.
Dra. Carolina Marçon, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia afirma que "a doença é caracterizada por uma coceira intensa no couro cabeludo, principalmente na parte de trás da cabeça, podendo também atingir o pescoço e a região superior do tronco, onde é possível observarmos pontos avermelhados semelhantes a picadas de mosquitos."
A médica explica que por meio das lesões causadas pela coceira no local pode ocorrer infecção secundária por bactérias, o que poderá causar o aparecimento de gânglios no pescoço. "A pediculose da cabeça é causada por poucos parasitas, o que torna difícil encontrá-los, mas em alguns casos, principalmente em pessoas com maus hábitos higiênicos, a infestação pode acontecer em grande quantidade". Outra característica da doença é a presença das lêndeas, que são os ovos do parasita depositados pelas fêmeas nos fios de cabelo. "As lêndeas têm coloração esbranquiçada e ficam grudadas nos fios a aproximadamente 1cm do couro cabeludo", ressalta Dra. Carolina.
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Para o tratamento da pediculose da cabeça são indicados alguns medicamentos específicos sob a forma de xampus ou loções que, aplicados no local, irão exterminar os parasitas. A dermatologista comenta que o tratamento também pode ser feito com a indicação de medicamento via oral. "Para alguns casos de difícil tratamento, combinamos o tratamento local e oral, sendo possível a obtenção de resultados mais satisfatórios. Para a retirada dos piolhos e lêndeas, lavar a cabeça e utilizar um pente fino é fundamental, pois os medicamentos, muitas vezes, não eliminam os ovos e se as lêndeas não forem retiradas, darão origem a novos piolhos."
Para as crianças que frequentemente aparecem com piolhos, a recomendação da médica é manter os cabelos curtos, examinando sempre a cabeça com o auxílio do pente fino. "O ideal é que a cabeça seja verificada quando a criança chega da escola, que é geralmente o principal foco de infecção", reforça Dra. Carolina. Para as meninas, vale ir à escola com os cabelos presos, lembrando que os pais devem comunicar a escola sobre a doença do(a) filho(a) para que os outros pais possam verificar a cabeça dos seus filhos também, evitando assim uma nova contaminação.