As 217 pessoas que tiveram problemas de saúde decorrentes do incêndio em um armazém de fertilizantes localizado em São Francisco do Sul (SC), ocorrido depois de uma explosão no último dia 24, estão sendo monitoradas e passaram por uma análise preliminar da Diretoria de Vigilância Epidemiológica, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde. Segundo o infectologista Fábio Gaudenzi, a maioria dos pacientes apresentou sintomas leves de irritação das vias aéreas, sendo que apenas um foi internado em UTI.
De acordo com Fábio Gaudenzi, a análise é feita com casos de intoxicação causadas pela inalação em contato com substâncias químicas. "Essas pessoas vão ter um acompanhamento, dependendo do caso, com consultas e exames laboratoriais por um longo ou curto prazo. A exposição contínua à fumaça pode causar doenças hematológicas", explicou. Ainda segundo o médico, "a segunda parte vai ser um monitoramento da quantidade de produtos tóxicos no ambiente, na água, no solo, para ver se há risco para a população".
Segundo a secretaria, 54,4% das vítimas do incêndio apresentaram sinais e sintomas de irritação respiratória e 53,9% ocular. Houve também notificação de dores de garganta (47,5% dos casos), dores de cabeça (39,2%), náuseas (35,5%), vômito (18,0%) e perda de sensibilidade na região do corpo atingida (1,4%).
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A secretaria também está monitorando a água do município por meio da Gerência de Saúde Ambiental, vinculada à Diretoria de Vigilância Sanitária. Foram coletadas amostra de água nos dias 27 e 28 de setembro em locais próximos ao acidente. O resultados das amostras coletadas no dia 27 ficaram dentro do limite estabelecido para nitrato. Para nitrogênio amoniacal, os resultados foram inferiores a 0,3 miligrama por litro (mg/l) em todas as amostras. O limite da legislação é 1,5mg/l. Ainda estão sendo realizados testes com a água coletada no dia 28.