O Ministério da Saúde começa a distribuir em novembro os primeiros lotes do fator VIII recombinante rotulado com a marca Hemo-8r registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O medicamento é considerado o tratamento mais moderno para hemofilia A. Este é o primeiro produto que leva a marca da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás).
"O lançamento do medicamento já em uma embalagem produzida com a marca da Hemobrás é um passo significativo para o Brasil. É um produto altamente sofisticado do ponto de vista tecnológico e nosso objetivo é o domínio de toda a cadeia de produção para fortalecer a indústria nacional e garantir o atendimento de todos os pacientes com hemofilia", afirmou Chioro.
A oferta gratuita do medicamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) está completando um ano e se tornou possível com a Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) firmada pelo Ministério da Saúde com o laboratório Baxter Internacional. A PDP possibilitará, ao final do processo (previsto para ocorrer até 2020), a transferência de tecnologia para produção nacional do produto.
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Desde junho de 2013, foram distribuídos 600 mil frascos do fator VIII recombinante em todo o território nacional, beneficiando cerca de 6 mil pacientes. Em um ano, foram investidos mais de R$ 200 milhões com a aquisição do medicamento.
O presidente da Hemobrás, Romulo Maciel, destacou a importância da nacionalização do medicamento. "Estamos no processo de transferência de tecnologia para produzir o medicamento no Brasil. Com isso, seremos o 4º país do mundo a deter o conhecimento da produção desse tratamento de alta tecnologia e tão fundamental para a qualidade de vida dos pacientes com hemofilia", destacou Maciel.
Até o final do ano, o Brasil contabilizará uma economia de R$ 150 milhões com a compra do fator VIII recombinante. Além disso, com a venda do Hemo 8-r para o Ministério da Saúde, a Hemobrás passará a ter o direito de utilizar o crédito presumido para a contribuição de PIS/Cofins. Isso significa uma economia de R$ 42 milhões por ano à empresa.
O medicamento é considerado um avanço na qualidade de vida dos pacientes, pois tem capacidade de produção ilimitada, comparado ao medicamento feito a partir do fator plasmático, que depende da doação de sangue humano.
O tratamento com o recombinante é sob demanda ou profilático, ou seja, aplicado regularmente, principalmente durante o período de crescimento. Evita sangramentos, previne deformidades, diminui o sofrimento e melhora a qualidade de vida dos pacientes.
Hemofilia
A hemofilia não tem cura e é causada pela falta de proteínas específicas no sangue, que são responsáveis pelo processo de coagulação – o fator VIII, no caso do tipo A.
Além dos sangramentos, os cortes na pele que levam um tempo maior para estancar são alguns dos sintomas da enfermidade. O tratamento é para toda a vida e se dá com a reposição deste fator deficitário. Atualmente, existem 9,1 mil hemofílicos tipo A no Brasil e, destes, 5,7 mil são considerados pacientes graves ou moderados.
Fábrica
A Hemobrás está construindo em Goiana, a 63 quilômetros do Recife (PE), a primeira fábrica do Brasil que produzirá medicamentos derivados do sangue por meio de engenharia genética, com capacidade para processar 500 mil litros de plasma ao ano.