Um médico de Londres foi condenado nesta segunda-feira por tentar envenenar sua amante na tentativa de fazê-la abortar.
O médico Edward Erin, de 44 anos, colocou substâncias químicas na bebida de sua amante, Bella Prowse, de 33 anos, depois que ela disse que estava grávida e que não faria um aborto.
Erin, que é casado e pai dois filhos, trabalhava no hospital de Paddington, no oeste de Londres. No julgamento, que aconteceu nesta segunda-feira, ele negou as acusações. Prowse, que trabalhava como secretária do médico, não foi afetada pelas drogas e deu à luz um bebê saudável em setembro do ano passado.
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Pó amarelo
O júri condenou o médico por tentativa de envenenamento duas vezes – em uma taça de café da rede Starbucks e em um copo de suco de laranja.
Testes revelaram a presença de substâncias que induzem ao aborto na urina de Bella Prowse e no copo e na taça dados a ela por Erin. O médico foi inocentado de uma terceira acusação de envenenamento, em uma xícara de chá.
Prowse chorou ao ouvir a condenação de Erin nesta segunda-feira.
"Eu gostaria de aproveitar esta oportunidade para agradecer à polícia metropolitana e à promotoria", disse ela.
O médico não demonstrou nenhuma emoção ao ouvir o veredicto. A sentença será dada no próximo mês. Antes do julgamento, Erin, que é natural do País de Gales, já havia sido proibido de tratar pacientes pelo conselho de medicina britânico.
Erin e Prowse começaram a ter um caso em uma festa de Natal em 2007. Quando Prowse engravidou, o médico pediu desesperadamente que ela abortasse.
Ela disse que suspeitou que Erin estava tentando envenená-la depois de encontrar um pó amarelo em um chá preparado pelo médico, em janeiro de 2008. Ela então levou o caso à polícia.
O inspetor de polícia Mickey Gallagher, que cuidou do caso, disse que é raro mulheres levarem a um tribunal este tipo de caso. "Bella Prowse é muito corajosa. Este [caso] requer muita coragem moral. Eu tenho muita admiração por ela."