Profissionais de saúde que atuam no combate ao câncer defenderam a alteração de classe do protetor solar de produto estético durante o 18º Congresso Brasileiro de Cancerologia, em Curitiba. Os médicos querem que o protetor solar passe para a classe de medicamentos contra o câncer de pele, tumor com maior incidência no Brasil, correspondendo a 25% de todos os casos malignos. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, foram registrados 115 mil novos casos de câncer de pele no país em 2008.
Segundo o cancerologista Marcos Montenegro, os participantes acreditam que é possível obter redução na incidência de câncer de pele do tipo não melanoma a partir da alteração de classe farmacêutica do protetor solar, aliada a mudanças de hábitos da população. ‘Partimos da premissa de que o uso de protetores solares é um fator preventivo nesse tipo de neoplasia, já que existe a correlação entre a exposição solar e a incidência’.
Estudos científicos apresentados no encontro mostram que a maioria dos casos de câncer de pele registrados no Paraná atinge a população com renda mais baixa -é alta a incidência da doença em trabalhadores rurais. No Serviço de Pele e Melanoma do Hospital Erasto Gaertner, de Curitiba, 185 pacientes com diagnóstico confirmado de câncer de pele foram entrevistados entre dezembro de 2007 e março de 2008. Nessa amostra, 83,78% das pessoas eram analfabetas ou apresentavam ensino fundamental incompleto, e 72,43% trabalhavam na lavoura. Apenas 6,49% usavam bloqueador solar, conforme as orientações da Sociedade Brasileira de Dermatologia.