Embora a preocupação e os cuidados com a alimentação tenham aumentado nos últimos tempos, o tema ainda não parece ser bastante debatido quando o assunto são as crianças. No Brasil, os indicadores colocam o país em estado de alerta para os impactos da obesidade. O percentual de crianças entre 5 e 9 anos com excesso de peso chega a 33,5%. Na adolescência, o quantitativo é um pouco menor: 20,5%.
O Ministério da Saúde informou que 6,5 milhões de crianças e adolescentes já lutam contra a balança. De cada dez adolescentes, oito continuam obesos na fase adulta com risco de terem diabetes, problemas cardíacos e na coluna.
De acordo com o endocrinologista Fabiano Sandrini, se estes altos índices não forem tratados antecipadamente, podem acarretar em complicações futuras. Um dos problemas mais comuns é a ocorrência de doenças cardíacas, já que o acúmulo de gorduras nas artérias começa na infância.
Leia mais:
Estudo mostra correlação entre perda de músculo e maior risco de demência
Novos planos de saúde poderão ser cancelados com duas mensalidades atrasadas
Saúde confirma morte de homem em decorrência da dengue em Cambé
Anvisa aprova registro do primeiro medicamento para distrofia muscular de Duchenne
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) afirmou que 20% das crianças e adolescentes brasileiros têm colesterol alto. "A noção de que colesterol é preocupação apenas para pessoas idosas é ultrapassada. Hoje em dia, os jovens também têm sofrido deste mal", afirma Sandrini. Ele ressalta que, muitas vezes, não há indícios do fato. "Não é preciso que a pessoa esteja acima do peso para possuir um nível alto de colesterol, nem que tenha parentes que sofram da condição. Por isso é necessário prevenir, já que pode passar despercebido facilmente".
De acordo com o médico, o consumo exagerado de salgadinhos, refrigerantes e outros alimentos com nível calórico alto, aliado ao sedentarismo, são as fontes mais comuns para a formação do colesterol nocivo à saúde. "O colesterol é necessário para o organismo, porém em excesso ele se torna prejudicial, acumulando-se e podendo causar males, como infarto ou Acidente Vascular Cerebral (AVC)", declara.
O médico recomenda que os pais estejam sempre atentos à alimentação dos filhos, procurando manter uma dieta saudável, e que incentivem a prática de esportes, que são grandes aliados no combate ao excesso de colesterol. "E não podemos nos esquecer da realização periódica de exames de sangue. Se detectada previamente, uma alteração no nível de colesterol pode ser facilmente revertida", aconselha Sandrini.