Pesquisadores desenvolveram um método para inibir o crescimento dos cristais que formam os cálculos renais de cistina. A descoberta, descrita na edição desta semana da revista Science, pode oferecer um caminho para um novo método de prevenção do problema. O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade de Nova York e da Faculdade de Medicina do Wisconsin.
Pedras nos rins de cistina são mais raras que os cálculos de oxalato de cálcio, mas as pedras de cistina são maiores, reaparecem com mais frequência e têm mais chance de causar doença renal crônica.
A formação desse tipo de cálculo é consequência da presença de níveis excessivos de cistina na urina. A substância forma cristais, que se agregam em pedras e podem chegar a um centímetro de diâmetro.
Leia mais:
Famílias que ganham até R$ 1.200 por mês usam 82% dos recursos aplicados no SUS
Novo plano para combater câncer de colo do útero tem foco em rastreio e vacina
Brasil registra mais de 11 mil partos resultantes de violência sexual, diz pesquisa
Sesa reforça gratuidade dos serviços ofertados pelo SUS
Os tratamentos atuais para prevenção envolvem a diluição, por meio do aumento do consumo de líquidos, e medicamentos que reagem com a cistina para torná-la mais solúvel.
Usando microscópios de força atômica, os pesquisadores nos EUA descobriram que os cristais de cistina crescem por meio da agregação contínua de moléculas de L-cistina às bordas de protuberâncias hexagonais que se formam na superfície do cristal. O processo leva a um padrão de crescimento em espiral.
Uma vez determinado o padrão de crescimento, os pesquisadores buscaram um agente químico para inibir o processo. Os inibidores funcionam ligando-se à superfície do cristal e evitando a conexão de novas moléculas de cistina.
No estudo publicado na Science, foi usado um produto sintético, L-CDME, que tem uma estrutura central idêntica à da L-cistina, mas que tem bloqueadores nas extremidades, para evitar a ligação de mais moléculas.
Observações com o microscópio confirmaram que o L-CDME bloqueia as áreas hexagonais do cristal, obstruindo a ligação de novas moléculas.